Copom deve manter a taxa Selic em 10,5% nesta quarta-feira
A maior parte do mercado espera que o BC decida pela manutenção da taxa de juros na próxima quarta-feira
O Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir nesta semana e deve manter a taxa Selic em 10,50%, em anúncio previsto para quarta-feira, 31.
“Atualmente, a maior parte do mercado precifica a manutenção dos juros, seguindo o guidance dado pelo Banco Central na última reunião, que teve decisão unânime pela manutenção da Selic”, diz Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors.
“Nossa expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em 10,50% ao ano. O juro deve permanecer nesse patamar até o fim de 2024”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. Para a reunião desta semana, o mais importante, segundo o economista, será o comunicado, pois esclarecerá a visão do Banco Central sobre o cenário econômico atual. A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também prevê a manutenção da Selic em 10,50% até o fim do ano e 9,5% para o fim de 2025.
“Teremos a Super Quarta com a decisão do Fed e do Copom, e o BC Brasileiro deve manter a taxa de juros em 10,5 segundo minha visão”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Na última reunião, dia 12 de junho Fed decidiu manter a taxa de juros de 5,25% e 5,50% ao ano. Desde o segundo semestre de 2023, Fed tem mantido a taxa nesse patamar. Por lá, a expectativa também é de continuidade da taxa de juros americana, até setembro.
“A perspectiva é de que veremos uma mudança de comunicação na reunião de setembro, com uma possível sinalização de um afrouxamento monetário no quarto trimestre deste ano”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Inflação
Nesta quarta-feira, o Boletim Focus mostra que os analistas consultados pelo Banco Central aumentaram suas projeções para a inflação deste ano e do próximo. De acordo com o Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 29, o mercado já projeta uma alta de 4,10% no IPCA em 2024. Para o IPCA, principal índice de inflação, a ABBC tem uma projeção de 4,2%.
Gala, do Banco Master, lembra que a desvalorização do real pressiona a inflação, o câmbio agora mais na casa dos 5,60 reais dificulta muito a vida do Banco Central para controlar a inflação, e cita ainda o aumento da gasolina como fator relevante de pressão nos preços. “Segundo o economista, duas incertezas ainda preocupam o mercado.
“A primeira é se o arcabouço fiscal vai ser cumprido mesmo. O governo tem dado sinais de que sim, mas ele mira o piso do intervalo do arcabouço, uma estratégia meio arriscada. A segunda incerteza ou dúvida em relação a quem vai assumir o Banco Central e como vai ser a nova diretoria em termos de compromisso com o controle da inflação”, afirma.