Considerado a ‘joia da coroa’, aeroporto de Congonhas vai a leilão
Segundo terminal mais movimentado do país e outros 14 aeroportos fazem parte da 7ª rodada de concessões da Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), realiza nesta quinta-feira, 18, sua sétima rodada de concessões de aeroportos. Vão a leilão quinze terminais, incluindo Congonhas, considerado a ‘joia da coroa’ pelo então ministro da Infraestrutura e hoje candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O plano inicial é que o terminal fosse a leilão junto com a outra ‘joia’ da Infraero, o terminal Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que não faz parte dessa rodada de concessões e deve ficar para 2023. Segundo a Anac, com a passagem desses quinze terminais para a iniciativa privada, 90% do tráfego aéreo do país passará por terminais privatizados, em um processo que começou em 2011, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Assim como em rodadas anteriores, o leilão será feito em blocos. Quem arrematar Congonhas também terá de administrar outros 10 aeroportos localizados no Pará, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O lance mínimo para este lote é de 740 milhões de reais e a expectativa de investimento em todos aeroportos deste bloco é de 5,8 bilhões de reais ao longo dos 30 anos de contrato, segundo a Anac.
Só em Congonhas, o futuro concessionário deverá investir perto de 3,3 bilhões de reais. Entre as obras que deverão ser realizadas pelo novo concessionário estão o aumento do pátio dos aviões, expansão do terminal de passageiros, novas esteiras de restituição de bagagem, entre outros. Atualmente, Congonhas é o segundo aeroporto mais movimentado do país, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Segundo a Anac, 22 milhões de pessoas foram transportadas via este terminal em 2019, ano antes da pandemia, e a estimativa é que possa passar para 30 milhões de pessoas após a concessão.
Após a sétima rodada de leilões, a Infraero, só será majoritária no Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A programação inicial do Ministério de Infraestrutura era leiloar o terminal junto com Congonhas, porém, ele foi retirado do lote e deve ser negociado junto com o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, que foi devolvido pelo concessionário e passará por relicitação. A estimativa é que essa concessão seja feita em 2023, já por uma nova gestão — seja ela um novo mandato de Jair Bolsonaro (PL) ou governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Leilão
Além do bloco de Congonhas, também serão vendidos outros dois. Um é chamado de Aviação Geral, voltado à aviação executiva e composto pelos aeroportos Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ). O bloco tem lance mínimo de 141,4 milhões de reais, com expectativa de investimento de 552 milhões de reais. O outro bloco, chamado de Norte 2, é composto pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP). O lance mínimo é de 56,9 milhões de reais com uma estimativa de investimentos de 874,7 milhões de reais.