ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Consenso do mercado aponta para manutenção da Selic em 13,75%

Mesmo com grandes mudanças no cenário econômico desde a última reunião do Copom, as perspectivas para a taxa de juros não se alteraram

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 mar 2023, 09h46 - Publicado em 20 mar 2023, 15h47

Mesmo com grandes mudanças no cenário econômico desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com a eclosão de uma crise bancária e a forte retração de crédito no Brasil, as perspectivas para a taxa básica de juros, a Selic, praticamente não se alteraram. É consenso no mercado que o Banco Central mantenha a taxa de juros no atual patamar de 13,75% na reunião que acontece nos próximo dois dias devido a piora nas expectativas de inflação.

As expectativas inflacionárias de longo prazo para os próximos dois anos subiram, com projeções acima de 4% em 2024 e próximas a esse patamar em 2025, afastando-se da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, a projeção para o IPCA está em 5,95%, ultrapassando a meta e a margem de tolerância.

Pedro Oliveira, Tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, destaca que o BC terá dificuldades para reduzir a taxa de juros em 2023 devido às expectativas inflacionárias ainda elevadas. Segundo ele, a inflação deve permanecer pressionada em 2023, impactada pela reoneração dos combustíveis e pela inflação de serviços, que permanece acima de 7%. O núcleo de inflação, que exclui alimentação no domicílio e preços administrados, também permanece elevado, mostrando que a inflação está disseminada e arrefecendo lentamente. “Se o Banco Central mantiver a Selic no patamar atual até o final de 2023, isso deve impactar positivamente a inflação de 2024, convergindo para a meta de 3%. No entanto, se o ciclo de queda da Selic iniciar ainda este ano, a inflação de 2024 pode superar 4%”, diz.

Segundo economistas entrevistados por VEJA, para alcançar a meta de inflação, é necessário que a economia desacelerasse ainda mais. A expectativa de que a restrição de crédito e crise bancária nos Estados Unidos e Europa pudessem impulsionar a desaceleração da economia ainda não refletiram nas projeções do mercado. Na último Boletim Focus, houve uma leve queda na mediana das previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, passando de 0,89% para 0,88%, com indicações de uma desaceleração mais forte no próximo ano.

Segundo Beto Saadia, economista e sócio da Nomos, as críticas do governo em relação à taxa de juros, à meta de inflação e à atuação do Banco Central aumentaram as perspectivas inflacionárias. Embora os ataques tenham diminuído, o mercado continua atento a possíveis novos desdobramentos.

Continua após a publicidade

A maioria dos especialistas de mercado espera que a taxa Selic comece a diminuir no segundo semestre deste ano, com a possibilidade de chegar entre 12,75% a 12,25% em dezembro. No entanto, uma parte do mercado acredita que o Banco Central tem espaço para iniciar a redução das taxas de juros nos próximos meses.

O estrategista-chefe da Acqua Vero, Antonio Van Moorsel, espera que a taxa Selic permaneça em 13,75% na próxima reunião do Copom, mas com uma indicação do Banco Central de que a redução poderá acontecer nos próximos meses. “Embora a inflação tenha acelerado e a composição dos preços tenha piorado, o cenário de crédito no país e no exterior é complexo. Isso dá ao Copom um argumento técnico para justificar a redução da taxa de juros, atendendo às demandas do governo sem parecer que está cedendo a pressões políticas”, diz. Além disso, a possibilidade de que o colapso de dois bancos possa apertar as condições financeiras, levando à desaceleração da inflação e da economia global. As medidas apresentadas pelo governo como a construção de um novo arcabouço fiscal e a retomada de tributos sobre combustíveis também podem apoiar o BC a sinalizar corte na Selic.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.