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Confiança com agenda econômica volta a subir com retomada de atividades

Pesquisa da XP Investimentos mostra que o número de pessoas confiantes com políticas do governo para a economia subiu de 29% para 33% entre junho e julho

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 13h52 - Publicado em 20 jul 2020, 17h39

Passado o momento mais agudo da crise do coronavírus na economia nacional, os brasileiros mostram um aumento na confiança com os caminhos das políticas econômicas do país para a retomada. Segundo um levantamento realizado pela XP Investimentos, em parceria com o instituto Ipespe, a parcela da população que acredita que a diretriz econômica segue o caminho correto subiu de 29% em junho, para 33% em julho. Aqueles que interpretam que a economia transcorre-se pelos caminhos errados, mais da metade dos entrevistados, entretanto, mantiveram-se praticamente estáveis, com oscilação de 53% para 52% da população. No pior momento registrado pela aferição, em 27 de maio, quando a maioria dos negócios estava paralisado por conta da doença, os índices registravam expectativas positivas de 27% da população, ante 54% daqueles que não confiavam nas diretrizes da economia. É interessante observar a inversão das curvas quanto às expectativas da população em relação ao crescimento econômico e os movimentos da crise sanitária no país.

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Em fevereiro, portanto antes de a pandemia assolar o país, 47% dos brasileiros acreditavam que as diretrizes econômicas estavam no caminho certo, número que cai para 38% no mês seguinte, logo no início da quarentena, imposta corretamente por prefeitos e governadores para retardar o avanço da epidemia no Brasil. A alta das expectativas acompanha os movimentos de reabertura de atividades econômicas.

O número de pessoas que espera manter-se empregadas também acompanhou os movimentos das economias. De acordo com o levantamento, em abril, mais da metade dos brasileiros, 52%, acreditava ser pequena ou muito pequena a chance de manter o emprego nos próximos seis meses, número que oscilou para 46% de acordo com a última aferição. O número de pessoas confiantes de que conseguirão manter-se empregadas subiu de 40% para 46% no mesmo período. Mesma tendência é percebida a partir da indagação quanto às dívidas dos entrevistados. No começo de abril, 45% da população acreditava que a inadimplência em relação às próprias contas iria subir muito nos próximos seis meses, enquanto apenas 14% esperava uma redução exponencial das dívidas. O número de pessoas com as expectativas negativas caiu para 32% na última pesquisa, ante 23% que acreditam que as dívidas cairão exponencialmente nos próximos meses.

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A percepção em relação ao auxílio emergencial, medida engendrada para reparar as perdas sofridas por trabalhadores informais e a parcela mais vulnerável da população, também exibe oscilação positiva. Em abril, apenas 10% dos entrevistados havia recebido o benefício e 38% deles havia informado que iria receber. O número de agraciados, de acordo com o último registro, subiu para 38%, enquanto os que ainda vão receber somam apenas 6% dos entrevistados. Aqueles que não receberiam, por não fazer parte do contingente ao qual a política foi destinada, subiram de 49% para 57%. Segundo aqueles que receberam, a maior parte deles, 39%, utilizou os 600 reais destinados pelo governo para comprar comida ou abastecer a casa. Outros 19% utilizaram o auxílio para pagar contas como de água, luz e telefone, enquanto 16% usou o dinheiro para sanar dívidas. Para 53% da população, o pior da crise do coronavírus ainda está por vir. O número de pessoas pessimistas em relação ao futuro da crise, porém, caiu de 68%, registrado no primeiro levantamento, em março. Aqueles que acham que o pior já passou somam 39%. 

Com a percepção de tendência de melhora em relação à economia com a consequente abertura, a maior parte da população mostrou-se favorável às flexibilizações das políticas de isolamento. Entre junho e julho, a parcela dos brasileiros que concordam com a reabertura gradual subiu de 52% para 58%, enquanto aqueles que rejeitam as medidas de retomada das atividades caiu, de 44% para 37%. Consequentemente, a aprovação da atuação do presidente Jair Bolsonaro em relação à gestão da crise também melhorou — assim como o contingente de pessoas que reprovam seu trabalho. Em março, antes da pandemia consolidar-se, 44% da população achava a gestão do presidente ótima ou boa. Com o alastrar da doença, em 1º de abril, o número despencou para 29% da população.

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O pior momento para Bolsonaro perante à população foi registrado em 27 de maio, quando apenas 20% da população considerava positivamente a gestão do presidente. De acordo com o último levantamento, a administração do presidente oscilou positivamente para 25%. Em junho, porém, a avaliação positiva do presidente havia oscilado para 23%. Com margem de erro de 3,2 pontos percentuais, portanto, a avaliação positiva de Bolsonaro permanece estável no último mês. Aqueles que classificam o trabalho de Bolsonaro como ruim e péssima passou de 18% antes da pandemia atingir o país para 44% no primeiro dia de abril. O número atingiu seu ápice em maio, quando 58% da população reprovava a gestão do presidente. No último levantamento, 52% das pessoas reprovaram a atuação de Bolsonaro.

A avaliação do trabalho dos governadores, responsáveis pelas políticas de isolamento, oscilaram mais que a de Bolsonaro. Em abril, 59% da população avaliava positivamente o trabalho dos gestores estaduais, ante reprovação de 14%, no início do engendramento das políticas de isolamento social. Em julho, a parcela da sociedade que considera a atuação meritória caiu para 39%, enquanto aqueles que desaprovam o trabalho dos governadores subiu para 28%. A pesquisa foi realizada com mil pessoas. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. 

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