Concessões de crédito têm redução de 9,5% em fevereiro, diz BC
Estoque de crédito caiu pelo segundo mês consecutivo; juros altos, inadimplência e crise financeira acendem alerta no mercado

Os dados de concessão de crédito no Brasil indicam um aperto no setor. Segundo os números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira, 29, o estoque de crédito caiu pelo segundo mês consecutivo. Em fevereiro, o recuo foi de 0,1%, para 5,319 trilhões de reais. A concessão de novos empréstimos também diminuiu, uma queda de 9,5% em fevereiro.
As concessões para clientes corporativos caíram 8,1% contra o mês anterior (178,2 bilhões de reais). Para as famílias, o recuo foi de 10,5% (243,7 bilhões de reais em novos empréstimos e financiamentos). em novos empréstimos e financiamentos, recuo de 10,5% em relação a janeiro. O aperto no mercado de crédito ocorre em um cenário que a taxa básica de juros, a Selic, tem o maior patamar desde 2016, aos 13,75% ao ano, inadimplência em alta e temor por episódios como a crise nas Americanas.
No crédito livre, modalidade em que a taxa de juros é pactuada diretamente entre a instituição e os tomadores do empréstimo, o aperto é maior entre as pessoas físicas, onde as concessões recuaram 10,3% no mês passado. Já entre as pessoas jurídicas, a queda foi de 8,6%.
Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência ficou estável em fevereiro em relação ao mês anterior. A taxa fioi de 4,5% nas operações de crédito livre, mesmo patamar que em janeiro. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência continuou em 6,1% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 2,3% para 2,4% no período.
A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) aumentou de 1,3% para 1,6% em fevereiro ante janeiro. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência variou de 3,2% em janeiro para 3,3% em fevereiro.