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Como uma deflação pode influenciar perspectiva de corte na Selic

IPCA-15, prévia da inflação a ser divulgada às 9h, será o último indicador oficial de comportamento dos preços antes da próxima reunião do Copom

Por Luana Zanobia Atualizado em 25 jul 2023, 07h52 - Publicado em 25 jul 2023, 07h00

Esta terça-feira, 25, começa cheia de expectativa no mercado financeiro. Isso porque o IPCA-15, prévia da inflação oficial será divulgado às 9h. Esse é o último indicador oficial de comportamento dos preços a ser divulgado antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre na próxima semana, nos dias 1 e 2 de agosto. Se os dados confirmarem a tendência de queda da inflação e a possibilidade de deflação na prévia de julho, isso fortalecerá a perspectiva da esperada redução das taxas de juros.

Em junho, o IPCA-15 registrou uma leve alta de 0,04%, resultando em uma taxa acumulada de 3,40% em 12 meses, o menor valor desde setembro de 2020. As projeções do mercado apontam para uma possível deflação, com estimativa de queda para 3,26%. No entanto, as projeções dividem o mercado. A RB Investimentos e a Warren Rena calculam deflações de 0,05% e 0,06%, respectivamente. Por outro lado, casas como a Guide Investimentos e a Constância Investimentos estimam uma deflação menor, de 0,02% com possibilidade de um corte de 0,25% caso a deflação não seja tão acentuada, mas também espaço para um corte de 0,50% se os dados de deflação vierem mais fortes.

A tese de deflação é sustentada pelo desconto especial na conta de energia (Bônus Itaipu) e nos preços de automóveis, este último beneficiados pelo pacote de isenção de impostos. Também é esperado deflação nas passagens aéreas e no grupo alimentação, especialmente por cereais, carnes e leites. No entanto, vale ressaltar que embora os preços das commodities ainda estão em níveis mais baixos, é relevante lembrar que o recente impacto da mudança na postura da Rússia em relação ao escoamento de grãos é um fator recente a ser considerado.  A gasolina será o principal vetor altista, com previsão de alta de 3,5% devido aos impostos federais. “Vale lembrar que este aumento teria sido maior caso a Petrobras não tivesse anunciado queda de R$ 0,14 por litro. Até a primeira quinzena de julho, a nossa coleta proprietária de gasolina viu uma forte aceleração dos preços deste combustível”, diz Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena.

Além da volta dos tributos sobre os combustíveis, a inflação de serviços também preocupa, pois, o setor ainda acumula uma alta de 6,51% em 12 meses. Caso essa dinâmica tenha continuidade, pode ter impactos na velocidade com que o BC irá desenrolar o seu ciclo de cortes de juros.  “No IPCA-15 de junho, os serviços voltaram a acelerar, tanto no agregado quanto nos indicadores subjacentes (serviços excluindo preços ligados à energia ou com forte sazonalidade) e taxa de difusão. Isso sinaliza uma desinflação mais lenta que esperada pela frente”, diz Alexandre Lohmann, economista-chefe Constância Investimentos.

Nessa terça o BC também divulga o Relatório Focus com projeções para a economia de médio e longo prazo, dados que também são importantes para a tomada da decisão sobre a Selic.  Enquanto no cenário externo, os bancos centrais dos Estados Unidos e na Europa se reúnem para decidir sobre as taxas de juros, com expectativa de o banco americano, o Fed, elevar os juros em 0,25 ponto percentual e pausar a extensão na faixa entre 5,25% e 5,50, enquanto e o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar deve continuar o ciclo de aperto monetário, como sinalizado pela presidente do BCE Christine Lagarde. No Brasil, esses dados também serão fundamentais para a decisão sobre aos juros.

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