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Como as tarifas repercutiram na inflação dos EUA em julho

Inflação desacelera e mantém 2,7% em 12 meses, mas núcleo sobe a 3,1%; analistas projetam que tarifas ainda vão surtir efeito nos próximos meses

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 ago 2025, 13h54

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou levemente em julho, mas economistas alertam que os efeitos do tarifaço implementado pelo presidente Donald Trump ainda não aparecem integralmente nos números.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,2% no mês, ante uma alta de 0,3% registrada em junho, segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 2,7%, levemente abaixo da projeção de mercado, de 2,8%. Por outro lado, o núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia e é acompanhado de perto pelo Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos, Fed), avançou 3,1%, acima da estimativa de 3%.

Apesar da surpresa positiva na taxa cheia, o núcleo revelou pressões persistentes nos serviços. “A alta nos preços desse segmento acelerou de 0,2% em junho para 0,4% em julho”, observa Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank. Segundo ela, bens industriais também seguiram pressionados.

Por ora, analistas concordam que as tarifas ainda não tiveram efeito significativo sobre o índice. Mas o quadro pode mudar rapidamente. No entanto, um estudo do Budget Lab da Universidade de Yale acende o alerta: a alíquota média efetiva de importação chegou a 18,6% em 7 de agosto, o maior nível desde 1933, ante 2,5% antes do segundo mandato de Trump. “O fim dos estoques isentos e a menor oferta doméstica tendem a pressionar os preços nos próximos meses”, avalia Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

O presidente do Fed, Jerome Powell, tem reiterado que as próximas decisões de política monetária dependerão da evolução dos dados. Para Sung, a autoridade monetária enfrenta um dilema: “agir cedo para evitar o desaquecimento da economia, diante de sinais mais fracos no mercado de trabalho, ou esperar para medir o impacto da nova política comercial e seu potencial de afastar a inflação da meta de 2%”.

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No mercado, as apostas sobre cortes de juros estão divididas. O gerente de portfólio da gestora Janus Henderson, Dan Siluk, vê espaço para flexibilização já em setembro. “O Fed deve ignorar o ruído na inflação de bens e focar nos sinais mais amplos: enfraquecimento do mercado de trabalho, fadiga do consumidor e risco de que a desaceleração se torne deflacionária no médio prazo”, afirma.

Para o especialista Harrison Gonçalves, do CFA Society Brazil, o momento exige cautela. “A inflação controlada ajuda o Fed a iniciar cortes de juros. Mas não se sabe quanto do efeito das tarifas já foi incorporado. Isso explica a divergência entre dirigentes sobre a trajetória da taxa básica”, diz.

Com o desemprego ainda em níveis historicamente baixos, parte dos analistas acredita que o Fed pode esperar até outubro para o primeiro corte. Mas, se a atividade arrefecer mais rápido e o mercado de trabalho perder fôlego, o banco central poderá ser forçado a agir antes, mesmo com a inflação ainda sob pressão das tarifas comerciais.

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