Como a melhora na economia se relaciona com a aprovação de Lula
Nova pesquisa Genial/Quaest aponta crescimento da popularidade de Lula - até mesmo entre bolsonaristas - e maior otimismo econômico

A mais recente pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 15 e 18 de junho de 2023, revela que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva experimentou um aumento, passando de 51% em abril para 56% agora. Esse índice de aprovação apresentou uma elevação mesmo entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro, subindo de 14% para 22%.
Essa elevação na aprovação do governo Lula foi constatada em todas as regiões do país, independentemente da faixa de renda, nível de escolaridade, grupo etário, gênero ou raça. Especificamente, a aprovação aumentou entre os eleitores com ensino superior e aqueles com renda mensal superior a cinco salários mínimos. A pesquisa entrevistou 2.029 eleitores com mais de 16 anos de idade, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
A melhora tem relação com a visão do brasileiro sobre o momento econômico: 32% dos eleitores afirmam que a situação econômica do Brasil melhorou nos últimos 12 meses, um aumento em relação aos 25% registrados em abril. Além disso, 56% dos entrevistados estão otimistas de que a economia continuará a melhorar, enquanto 37% esperam que o desemprego diminua.
As projeções econômicas estão superando as expectativas, impulsionadas pelo crescimento de 1,9% do PIB no primeiro trimestre do ano e pela desinflação que caminha para convergir para a meta no horizonte relevante, gerando um sentimento de otimismo. O compromisso do governo em relação à área fiscal, demonstrado pela rápida elaboração de uma nova regra fiscal que será votada no Senado nesta quarta-feira, 21, está amenizando os receios que surgiram no início do ano devido a declarações e ataques do executivo ao teto de gastos e ao Banco Central.
No entanto, ao comparar o desempenho de Lula nos primeiros seis meses de seu mandato com o de Bolsonaro, 37% dos eleitores consideram que Lula se saiu melhor, embora este número seja inferior ao observado em seus dois primeiros mandatos.
Quanto à relação de Lula com o Congresso Nacional, 51% dos eleitores acreditam que ele enfrenta mais dificuldades do que Bolsonaro para conseguir apoio para seus projetos. Apesar disso, 48% dos entrevistados concordam que Lula não deveria ceder e liberar mais recursos para o Congresso.
Os eleitores também foram questionados sobre temas atuais em discussão. Entre eles, propostas de isenção tributária para montadoras para reduzir os preços dos carros e de perdoar dívidas pequenas para limpar o nome dos cidadãos são amplamente apoiadas, com 76% e 73% de aprovação, respectivamente. Por outro lado, a facilitação da compra e da posse de armas, uma proposta do governo Bolsonaro, e o restabelecimento das relações diplomáticas com a Venezuela são fortemente rejeitados, com 71% e 64% de desaprovação, respectivamente.