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Com Minha Casa, Minha Vida, financiamento imobiliário pelo FGTS cresce 59%

Empréstimos pelo fundo somaram quase R$ 100 bi e bateram recorde, de acordo com associação do setor, enquanto financiamentos pela poupança caíram 15%

Por Juliana Elias Atualizado em 26 jan 2024, 13h42 - Publicado em 24 jan 2024, 13h31

A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida em 2023, turbinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro ano de mandato, fez com que os financiamentos imobiliários feitos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), base do programa habitacional, crescessem 59% em 2023 e bateram recorde.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 24, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A entidade reúne os principais bancos do país.

Os empréstimos para a compra de imóveis pelo FGTS somaram 98 bilhões de reais no ano passado, maior valor desde pelo menos 2006, ano em que começa a série da Abecip. Em 2022, haviam sido 62 bilhões de reais.

Foi o que ajudou a manter a compra e os financiamentos de imóveis em alta em 2023, já que os financiamentos feitos com recursos da poupança, ainda a principal fonte de fundos dos bancos para emprestar dinheiro para a compra da casa própria, caíram.

Os empréstimos concedidos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tiveram queda de 15% no ano passado, para um total de 153 bilhões de reais, e foram os responsáveis pela aquisição de 500 mil casas e apartamentos. Os créditos concedidos pelo FGTS financiaram outras 494 mil unidades.

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Com isso, o mercado total de crédito imobiliário somou 251 bilhões de reais em 2023, aumento de 4% sobre 2022 (241 bilhões de reais), e foi responsável pela comercialização de quase 1 milhão de unidades (994 mil). Foi o segundo melhor ano, em valores, também desde 2006, atrás apenas de 2021, quando, impulsionado por uma taxa Selic que ainda estava perto dos 2%, o crédito imobiliário somou 255 bilhões de reais no país.

A retração nos empréstimos feitos por meio do SBPE aconteceu em um ano em que a poupança teve resgates líquidos, ou seja, os brasileiros sacaram mais dinheiro do que depositaram nas cadernetas no ano, o que reduz o saldo total disponível e acaba impactado nos empréstimos também. É um movimento comum de acontecer em anos em que a Selic está muito alta e outras aplicações de renda fixa passam a render bem mais do que a poupança, explica o presidente da Abecip, Sandro Gamba.

“As saídas [da poupança] já foram menores do que em 2022″, diz Gamba, que também é diretor de Negócios Imobiliários do banco Santander. “Em momentos de redução da Selic, o volume de saídas da poupança tende a se reverter.”

Considerando apenas o SBPE, que é um pedaço de todos os depósitos em poupança, os saques líquidos foram de 72 bilhões de reais no ano passado, e o saldo total disponível ficou em 747 bilhões de reais. Em 2022, as retiradas tinham ultrapassado os depósitos em 81 bilhões de reais.

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Em 2023, o presidente Lula enterrou o Casa Verde Amarela, programa habitacional criado pelo governo de Jair Bolsonaro, e ressuscitou o Minha Casa, Minha Vida, com mais verba e também novas regras, que ampliaram os imóveis e famílias que podem ser contempladas. Editado formalmente em julho, o novo Minha Casa, Minha Vida passou a ficar disponível para a compra de imóveis de até 350 000 reais e por famílias com renda de até 8 000 reais .

O programa oferece financiamentos com juros mais baixos, além de subsídios para as famílias mais pobres.

“O orçamento original que o conselho curador [do FGTS] tinha atribuído para as linhas [habitacionais] do FGTS era de 80 bilhões no início do ano e, em julho, isso foi incrementado para quase 98 bilhões de reais”, disse Gamba. Para 2024, os valores previstos pelo FGTS para os programas sociais já passam dos 100 bilhões, de acordo com ele.

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