ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Com fim do auxílio emergencial, inadimplência volta a assombrar brasileiro

Avanço do desemprego, da inflação e das taxas de juros elevam inadimplência no país; segundo o Serasa, fenômeno já atinge 63 milhões no Brasil

Por Felipe Mendes Atualizado em 1 dez 2021, 23h44 - Publicado em 1 dez 2021, 17h57

Em tempos de inflação alta e taxa de desemprego ainda elevada, a inadimplência começa a impactar a vida das famílias brasileiras. Segundo balanço divulgado pelo Serasa nesta quarta-feira, 1º, a situação de inadimplência já atinge 63,5 milhões de brasileiros, atingindo o patamar mais alto desde julho de 2020. De acordo com o estudo, que leva como base dados referentes ao mês de outubro, o número de dívidas totais no Brasil registrou uma alta de 2,31% em relação ao mês de setembro, totalizando 213.268 milhões de contas. O valor das dívidas também aponta para um crescimento, com avanço de 3,37% no valor total na comparação mensal, somando 253,65 bilhões de reais, uma média de 4.000,61 reais por pessoa.

Para especialistas, a situação ainda não é desesperadora, mas a tendência de alta no indicador liga um sinal de alerta. “A família que está tentando equilibrar o orçamento está dando de cara com o aumento dos juros, com a inflação, além do mercado de trabalho que apresenta um crescimento insuficiente para absorver toda a demanda por emprego”, diz Fabio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “O problema não é o endividamento crescer. Isso até seria uma sinalização saudável para a economia, um sinal de confiança na manutenção do emprego, mas o comportamento da inadimplência começa a preocupar, até porque 2022 será um ano mais complicado em relação ao crescimento econômico.”

Intitulado “Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil”, o estudo do Serasa denota que a maior parte das dívidas está concentrada no segmento de bancos e cartões de crédito, representando 28,7% do total. Na sequência, com 23,5%, aparecem as dívidas de tarifas básicas, como água e luz. O varejo corresponde a 13% do montante. Segundo o Banco Central, a taxa de juros média em relação a operações com pessoas físicas subiu de 41,7% ao ano para 43,8% em outubro, maior nível desde abril de 2020, quando bateu em 44,7% ao ano. “São condições que fazem com que haja um aumento da inadimplência”, afirma Bentes.

Outro fator preocupante e que pode indicar uma aceleração da inadimplência no país é o fim do pagamento do auxílio emergencial por parte do governo federal, que serviu para suprir a perda de rendimentos dos trabalhadores informais e de desempregados durante a pandemia de Covid-19. “A inadimplência cresceu muito rapidamente entre janeiro e abril do ano passado. Depois disso, veio o auxílio emergencial que, de certa forma, acomodou esses números. Mas, agora, a tendência voltou a ser de alta”, analisa Bentes, da CNC.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.