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Com auxílio das bigtechs, bolsa americana bate índice histórico

S&P 500 fecha em 3.389,78 pontos, ganho de 51,5% em relação à maior baixa da pandemia

Por Luisa Purchio Atualizado em 18 ago 2020, 19h17 - Publicado em 18 ago 2020, 19h00

Impulsionado principalmente pelas altas da Amazon e das construtoras Lennar Corp. e D.R. Horton Inc., o S&P 500 fechou em 3.389,78 pontos nessa terça-feira 18, acima do recorde pré-pandemia. Em 2020, o maior nível de fechamento do S&P 500 ocorreu no dia 19 de fevereiro, quando o índice fechou em 3.386,15 pontos. O número alcançado hoje é importante porque simboliza a recuperação dos mercados após a forte queda que ocorreu no dia 23 de março nas bolsas americanas, devido à pandemia da Covid-19. Na ocasião, o S&P 500 chegou a 2.237,40 e, desde então, cresceu 51,5%.

A recuperação das bolsas americanas durante esses quase cinco meses de crise pós auge da crise do novo coronavírus se deve principalmente à baixa taxa de juros da economia americana. Em conformidade com o que vem acontecendo no restante do mundo, os juros baixos estão transferindo os investimentos da renda fixa para a renda variável. Além disso, vem sendo fundamental para a recuperação da economia os auxílios trilionários do governo por meio de crédito a empresas e empréstimos à população, o que vem mantendo a renda, o consumo e a roda da economia girando. Para se ter ideia, o déficit orçamentário do país nos 10 primeiros meses do exercício fiscal já está em 2,8 trilhões de dólares, 224% acima do ano fiscal anterior e correspondente a 15% do PIB.

Apesar dos fatores acima, uma das principais causas da recuperação das bolsas americanas foi o crescimento das bigtechs. Mais demandados durante o período da pandemia e do isolamento social, as vendas de produtos e serviços ligados à tecnologia dispararam. A Nasdaq, índice que mede os ativos das empresas desse setor, ultrapassou no começo de agosto o recorde pré-pandemia e hoje fechou em 11.210,84 pontos, 63,4% acima da queda de 23 de março.

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Apesar dos novos recordes batidos hoje, alguns especialistas veem com desconfiança a euforia nas bolsas americanas. Alexandre Espírito Santo, economista da Órama, por exemplo, chama a atenção para o alto prazo de retorno dos investimentos. “As pessoas estão brincando de trade em casa e isso é questionável. Se dividirmos o preço do Nasdaq pelo lucro das empresas, o retorno acontece em cerca de 60 anos. Já o S&P 500 está em torno de 23 e o Ibovespa em torno de 13. Isso não é barato se olharmos historicamente”, diz ele. Na sua conta, pesam os riscos das crises geopolíticas entre EUA e China, a corrida pelas eleições presidenciais americanas e a pandemia. “Antigamente, quanto um investidor estava na dúvida, ele vendia as ações. Hoje, ele compra. Isso na minha experiência não é bom porque o mercado está ignorando qualquer risco”, diz ele.

Apesar das ressalvas, alguns analistas acreditam que as altas são sólidas. “Nos níveis que estamos hoje, o mercado fica sim aberto a algumas correções, mas quando olhamos os principais papeis, as empresas apresentaram resultados bem sólidos e, querendo ou não, temos muito dinheiro no mercado porque o auxílio emergencial aumentou a renda”, diz Victor Beyruti, analista da Guide Investimentos. “O que pode gerar uma correção no mercado agora é um maior atraso das conversas no Congresso americano por uma extensão do pacote de estímulos econômicos”, diz ele.

Os investidores estão comemorando os bons resultados das bolsas. No Brasil, o Ibovespa fechou em alta de 2,48%, a 102.065,35 pontos nessa terça-feira, 18. O dólar comercial, por sua vez, encerrou em queda de 0,52%, a 5,4666 reais. Por aqui, no entanto, as bolsas brasileiras acompanharam tardiamente as altas nas bolsas americanas que vêm ocorrendo desde a semana passada, mas o entendimento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, trouxe segurança sobre o compromisso com o ajuste fiscal e a agenda liberal, com continuidade das reformas e privatizações. Antes tarde do que nunca, a sinalização destravou os mercados.

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