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Com aumento de casos de Covid em janeiro, setor de serviços mostra recuo

PMI apresentou o maior recuo em cinco meses; sem recuperação, índice de emprego e renda da população pode aumentar a demanda pelo auxílio emergencial

Por Luisa Purchio Atualizado em 4 fev 2021, 22h44 - Publicado em 3 fev 2021, 13h20

Em todo o mundo, o setor de serviços foi o mais afetado pela Covid-19. Afinal, para diversas atividades exigem atendimento ao público e contato físico, algo complicado em tempos de pandemia. Depois da forte queda no primeiro semestre de 2020, o setor vinha se recuperando no Brasil desde agosto, mas voltou a registrar uma queda importante neste início de ano. E o principal alerta desta retração tem relação com a diminuição dos empregos gerados pelo setor. De acordo com a pesquisa divulgada pela consultoria britânica IHS Markit nesta quarta-feira, 3, o PMI de Serviços do Brasil em janeiro foi o menor desde agosto de 2020. No mês, o índice ficou em 47 pontos, ante 51,1 em dezembro.

Quando o índice está abaixo de 50, significa que houve retração no setor. O dado está diretamente relacionado ao aumento de casos de coronavírus, que geraram endurecimento das medidas de distanciamento social em diversas partes do país. Soma-se também a diminuição do poder aquisitivo dos consumidores. Com isso, o número de empregos do setor caiu com a redução de custos feita pelas empresas para conseguirem atravessar a crise. Ao mesmo tempo, as companhias tiveram de aumentar os gastos com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e materiais de higienização, o que resultou em aumento de preços ao consumidor. De acordo com o estudo, o índice de inflação dos preços alcançou a maior alta em 15 meses. Vale lembrar que o setor de serviços é o maior do PIB brasileiro, representando cerca de 70% do total.

O Índice Consolidado de Dados de Produção, média ponderada dos índices comparáveis para o setor industrial e o de serviços, ficou em 48,9 em janeiro, ante 53,5 em dezembro. Com a diminuição da demanda, houve uma queda no índice de emprego para prestadores de serviços e nos números da folha de pagamento. “As empresas se tornaram cada vez mais propensas a reduzir despesas operacionais frente à demanda fraca dos clientes e à crescente pressão sobre as margens, consequência dos aumentos acentuados nos custos. O índice de redução de postos de trabalho observado em janeiro foi modesto, mas a situação pode piorar se a queda em novos negócios não se mostrar temporária”, diz Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia na IHS Markit.

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Um dos pontos que chama mais atenção no estudo é o impacto que a ineficiência da vacinação no Brasil, agravada pela sua politização, pode causar na criação de empregos no país. Ainda não é possível saber com exatidão todo o impacto das novas medidas de distanciamento nos postos de trabalho do país, mas a pesquisa PMI dá sinais claros de que os empregos foram afetados e houve queda de renda da população. Nesse cenário, a discussão sobre a retomada do auxílio emergencial ou outro programa de proteção de renda, ganha relevância. Discutida por parlamentares como sendo uma saída para um novo momento de crise, a proposta não é bem vista pelo mercado financeiro devido ao risco fiscal. O desafio é saber até que ponto o benefício conseguirá ser aprovado sem estrangular ainda mais os gastos do país.

 

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