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CMN muda formato e irá adotar meta de inflação contínua a partir de 2025

Patamar é de 3% ao ano; com a alteração, meta a ser perseguida pelo BC será definida para um “horizonte relevante”, sem calendário fixado

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Pedro Gil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jun 2023, 08h17 - Publicado em 29 jun 2023, 17h29

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o Conselho Monetário Nacional decidiu adotar a meta de inflação em 3% para 2026 e não alterar as metas para 2024 para 2025, mantendo-as em 3%, com o intervalo de 1,5 ponto para mais ou para menos. Haddad, entretanto, sinalizou que as metas serão em sistema contínuo, e não mais de ano-calendário, como é vigente desde 1999.

Isto é, a meta considera um horizonte relevante. Atualmente, o BC olha a inflação para cumprimento da meta de janeiro a janeiro. A partir de 2025, a meta será perseguida olhando os 12 meses anteriores. Em maio, por exemplo, a inflação acumulada está em 3,94%, abaixo dos 5,02% projetados até o fim do ano. Ou seja, essa alteração dá maior flexibilidade para a autoridade monetária tomar decisões de juros sobre a perseguição da meta sem precisar de ajustes bruscos na taxa de juros.

A meta contínua deve ser adotada a partir de 2025, quando começa um novo mandato na presidência do Banco Central. Segundo Haddad, a mudança na modelagem aproxima o Brasil de outros países do mundo. “Meta de inflação, eu anunciei ao CMN e explico porque é ato prerrogativa do presidente mudança no regime em relação ao ano-calendário, conforme já discutido com sociedade, já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão que só se verifica em dois países, dentre os quais o Brasil, adotaremos meta contínua a partir de 2025, decidimos manter a meta à luz dos indicadores econômicos”, afirmou.

Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que um estudo do Banco Central mostrou que a meta contínua seria “mais eficiente”. “Em alguns momentos da história, o governo ficou preocupado em estourar a meta em um ano específico e acabou tomando medidas no final do ano que fizeram com que aquela inflação caísse de forma pontual e que geraram uma alocação de recursos que não era a mais eficiente do ponto de vista econômico. E grande parte dos países não tem meta de ano-calendário.”

A alteração no sistema de aferição por unanimidade mostra governo e Banco Central alinhados neste assunto, ao contrário da turra por causa do patamar da taxa básica de juros. “Os votos foram por unanimidade, não foi feita nenhuma objeção”, explicou Tebet. A decisão também deve agradar ao mercado, com incertezas sobre a política monetária após a saída de Roberto Campos Neto do Banco Central. A manutenção da meta de inflação no longo prazo sinaliza compromisso fiscal do governo, que escolherá o próximo presidente da autoridade monetária. “Nós já estamos dentro da meta para 2024, 2025 e 2026, de acordo com o Focus. Não mudamos. Isso gera previsibilidade jurídica”, completou Tebet.

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Corte nos juros

Segundo Haddad, o governo federal espera que haja corte nas taxas de juros a partir da próxima reunião do Copom, em agosto, pelo comportamento da inflação, que vem arrefecendo. De acordo com o ministro, ao manter o horizonte em 3%, o governo mostra um compromisso com a meta convergente. Na ata do BC, uma alteração no percentual da meta – acima de 3% – poderia adiar um corte nos juros. “Lembrando que as projeções pra 2025 já se encontram praticamente nesse patamar”, disse o ministro.

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