China sinaliza afrouxamento monetário pela primeira vez em 14 anos
País adotará uma postura "apropriadamente frouxa" a partir de 2025, marcando primeiro relaxamento dessa natureza desde 2010

A China anunciou o afrouxamento da sua política monetária pela primeira vez em 14 anos, com foco em manter a economia aquecida em meio as crescentes ameaças externas. O anúncio do Politburo de que o país adotará uma postura “apropriadamente frouxa” a partir de 2025 marca o primeiro relaxamento dessa natureza desde 2010, quando a política monetária chinesa se tornou rigidamente “prudente”.
Para entender o que isso significa, é essencial conhecer as classificações estabelecidas pelo banco central chinês, que organiza suas políticas em cinco categorias, variando de “frouxa” a “rígida”. Essa estrutura oferece a flexibilidade necessária para ajustar as medidas de acordo com a evolução das condições econômicas. Embora o banco central ainda não tenha divulgado detalhes específicos, o anúncio gera expectativas de que, em 2025, o governo realize cortes substanciais nas taxas de juros e considere a compra de ativos, como parte de uma estratégia mais ampla para revitalizar a economia e enfrentar os desafios globais.
O afrouxamento monetário deve vir acompanhado de uma política fiscal mais agressiva, que promete injetar estímulos robustos para impulsionar a demanda interna e amortecer as pressões do cenário externo.
A economia chinesa sofreu múltiplos choques em 2024, afetada pela fraca demanda global e pela desaceleração do setor imobiliário.
Com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA e suas promessas de aumentar as tarifas sobre produtos chineses em até 60%, o cenário externo segue desafiador. Essas tarifas ameaçam não apenas a competitividade das exportações chinesas, mas também intensificam as dificuldades de uma economia que já enfrenta obstáculos internos significativos.