China promete reagir a decisão dos EUA que prejudica Huawei
Trump assinou ordem que coloca gigante chinesa em 'lista negra' e proíbe participação em redes de telecomunicação 'vitais' para segurança do país
A China criticou nesta quinta-feira, 16, a decisão do governo dos Estados Unidos em restringir que empresas utilizem equipamentos de telecomunicações estrangeiros que coloquem em risco a segurança nacional. A medida que atinge em cheio a gigante chinesa Huawei, que também entrou em uma espécie de ‘lista negra’ imposta pelo governo americano.
“A China adotará todas as medidas necessárias para proteger os direitos legítimos das empresas chinesas”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, a repórteres.
Outra medida do governo Trump, também anunciada na quarta-feira, adicionou a Huawei e 70 afiliadas à sua chamada “Lista de Entidades”, em um movimento que proíbe a empresa chinesa de adquirir componentes e tecnologia de companhias americana sem aprovação prévia do governo dos EUA.
Segundo um porta-voz do governo chinês, a China se opõe fortemente à imposição por outros países de sanções unilaterais a entidades chinesas, destacando que os EUA devem evitar impactar ainda mais as relações comerciais entre os dois países.
A repressão à Huawei acontece no momento em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que visitará a China em breve para mais negociações comerciais. As expectativas de um acordo para acabar com a guerra comercial diminuíram depois que as duas maiores economias do mundo elevaram as tarifas sobre os produtos um do outro na última semana.
“A China enfatizou muitas vezes que não se deve abusar do conceito de segurança nacional, e que ele não deve ser usado como ferramenta para protecionismo comercial”, afirmou o porta-voz.
A Huawei também reagiu declarando que “restringir as atividades da Huawei nos Estados Unidos não deixará o país mais seguro ou mais forte”. “Ao contrário, só empurrará os Estados Unidos para alternativas inferiores e caras”.
No final, os Estados Unidos ficarão “atrasados na área do 5G”, a última geração de telefonia móvel, “o que penalizará as empresas e os consumidores americanos”, declarou o grupo de Shenzhen.
“Estas restrições absurdas pisoteiam os direitos da Huawei e levantam outras questões jurídicas graves”, declarou o grupo.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)