ASSINE VEJA NEGÓCIOS

China impõe restrições de semicondutores aos EUA — e isso é ruim ao Brasil

Governo vê 'ecossistema favorável' para o Brasil entrar na cadeia global, mas apenas nas etapas finais de produção

Por Pedro Gil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2023, 12h47 - Publicado em 4 ago 2023, 10h20

A China impôs nesta semana restrições de importação de dois materiais considerados essenciais para a produção de semicondutores: gálio e germânio. A medida foi vista como retaliação às medidas impostas pelos Estados Unidos contra o seu setor de tecnologia.

De acordo com uma diretriz do Ministério do Comércio chinês, que entrou em vigor na terça-feira 31, os exportadores chineses desses metais deverão, a partir de agora, ter permissão, além de fornecer informações sobre o destinatário final. A disputa pelo mercado de semicondutores está pegando fogo. Os EUA multiplicaram medidas para restringir o acesso de empresas chinesas aos semicondutores mais avançados, em nome da “segurança nacional”. A China, por sua vez, busca autonomia no design da peça.

A briga entre americanos e chineses tem impacto no Brasil. As restrições chinesas sobre as matérias-primas batem de frente com um plano do governo americano, que autorizou um investimento de 52 bilhões de dólares para a produção de semicondutores. Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa Branca, em fevereiro, os americanos sinalizaram um investimento para que o Brasil fizesse parte de etapas de produção da cadeia.

“O Brasil pode ter capacidade de back end, encapsulamento de chips, mas não a produção de semicondutores”, afirmou Marcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Segundo ele, “o Brasil não tem dinheiro” para essa produção, que de fato é cara e específica. “A China está tentando e não consegue, mas podemos fazer uma parte da cadeia”, completa.

O Brasil tem 11 empresas na cadeia de produção de semicondutores, porém apenas na etapa final da produção. O governo brasileiro chegou a estudar reabrir o Centro de Excelência em Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal de semicondutores que entrou em processo de liquidação na gestão anterior, mas o projeto não prosperou. “O que a gente precisa é atrair investimento para que a gente possa ter indústria se instalando e investindo no Brasil”, afirma Rosa.

Os microchips são essenciais para a produção de grande variedade de dispositivos eletrônicos, desde máquinas de café a carros elétricos, assim como smartphones e armas. Durante a pandemia, houve uma quebra da cadeia de semicondutores por causa de gargalos logísticos. O efeito foi sentido por indústrias do mundo inteiro. No Brasil, as montadoras foram atingidas frontalmente e tiveram que parar linhas de produção devido à falta de componentes eletrônicos na fabricação de veículos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.