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China alerta para consequências se Canadá não libertar diretora da Huawei

Audiência sobre extradição de Meng Wanzhou para os Estados Unidos foi adiada para segunda-feira, 10

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 8 dez 2018, 16h27

A China alertou o Canadá neste sábado, 8, de que o país sofreria sérias consequências se não libertar imediatamente a diretora financeira da Huawei Technologies, chamando o episódio de “extremamente desagradável”.

Meng Wanzhou, diretora financeira global da Huawei, foi presa no Canadá em 1º de dezembro e enfrenta extradição para os Estados Unidos. Washington alega ter descoberto que ela acobertava as ligações de sua empresa com uma companhia que tentou vender equipamentos para o Irã, apesar das sanções internacionais.

A executiva também é a filha do fundador da Huawei. Se for extraditada para os Estados Unidos, Meng pode enfrentar acusações de conspiração para fraudar várias instituições financeiras, disse um tribunal canadense na sexta-feira 7, com uma sentença máxima de 30 anos para cada acusação.

Nenhuma decisão foi tomada na audiência de extradição, após seis horas de argumentações e contra argumentações, e a audiência foi adiada para segunda-feira, 10.

Em um comunicado curto, o ministro das Relações Exteriores da China disse que o seu vice-ministro, Le Yucheng, havia emitido o alerta para liberar Meng para o embaixador canadense em Pequim, convocando-o para apresentar um “forte protesto”.

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Adam Austen, porta-voz da chanceler canadense, Chrystia Freeland, disse neste sábado que “não há nada a acrescentar além do que a ministra disse ontem”.

Freeland disse a repórteres na sexta-feira que o relacionamento com a China é importante e valorizado, e o embaixador do Canadá em Pequim assegurou à China que o acesso consular será fornecido a Meng.

Quando perguntado sobre a possível reação chinesa após a prisão da CFO da Huawei, o primeiro-ministro Justin Trudeau disse a repórteres na sexta-feira que o Canadá tem um relacionamento muito bom com Pequim.

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A prisão de Meng no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, enquanto ela trocava de aviões em Vancouver, foi uma séria violação dos seus direitos, disse Le.

A medida “ignorou a lei, não foi razoável”, e, na sua própria natureza, “foi extremamente desagradável”, acrescentou.

“A China pede veementemente que o Canadá liberte imediatamente a pessoa presa e protege seriamente seus direitos legais e legítimos, do contrário, o Canadá precisa aceitar total responsabilidade pelas sérias consequências causadas”.

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O comunicado não entrou em detalhes sobre quais seriam as consequências citadas.

“Haverá provavelmente um profundo congelamento em visitas e trocas com chineses no alto nível”, disse o ex-embaixador canadense na China, David Mulroney, na sexta-feira.

“A habilidade para falar sobre livre comércio será colocada na geladeira por um tempo. Mas vamos ter que viver com isso. Esse é o preço de lidar com um país como a China.”

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A prisão de Meng aconteceu no mesmo dia em que o presidente americano Donald Trump encontrou-se com Xi Jinping, na Argentina, para buscar maneiras de resolver uma cada vez pior guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

(Com Reuters)

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