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Celulares e TVs serão produtos mais procurados na Black Friday

No Brasil, os descontos são, em média, de apenas 10%; ainda assim, a maioria dos consumidores (79%) pretende comprar na data

Por Redação
Atualizado em 27 out 2018, 10h52 - Publicado em 27 out 2018, 10h52

Os consumidores vão aproveitar a Black Friday para comprar celulares, eletrodomésticos e TVs. A conclusão é de uma pesquisa encomendado pelo Mercado Livre ao Ibope Conecta. Neste ano, o evento acontece em 23 de novembro – a data, importada dos Estados Unidos, é conhecida por oferecer promoções em diversas categorias de produtos.

Nos EUA, a Black Friday é o período mais movimentado do comércio. “Lá, os consumidores esperam descontos de 30% ou mais. No Brasil, a questão tributária e a logística acabam impactando nos valores”, afirmou o criador do site Black Friday de Verdade, Francisco Cantão.

Por aqui, os descontos são, em média, de 10%. Mesmo assim, a maioria dos consumidores (79%) pretende aproveitar as ofertas do período. “É a melhor oportunidade de compra do ano no comércio eletrônico”, considerou Cantão.

Segundo ele, os segmentos de moda e de supermercado são os que conseguem oferecer os maiores descontos, de até 30%. “Dificilmente o consumidor encontra descontos de mais de 20% em celulares, por exemplo. Se encontrar algo assim, é preciso tomar cuidado”.

A pesquisa do Mercado Livre ainda aponta que 44% dos compradores vão adquirir até três produtos. Outros 17% querem comprar quatro ou mais. O restante (39%) ainda não decidiu.

“As pessoas deixam para comprar na Black Friday produtos mais caros, aproveitando os descontos”, afirmou a diretora de Marketplace do Mercado Livre, Cristina Farjallat. “Por isso os itens mais comprados são eletrodomésticos. Neste caso, a compra costuma ser planejada”.

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Segundo ela, as compras por impulso acontecem com produtos de menor valor. “O consumidor sai para comprar uma geladeira, por exemplo, e encontra uma roupa com desconto”.

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados (47%) pretende gastar mais de 500 reais. Outros 13% declararam que os gastos ficarão entre 350 e 500 reais. Apenas 5% dos consumidores querem desembolsar menos de 100 reais.

O 13º salário será utilizado por 42% dos entrevistados para comprar na data. A maioria (35%) comprará alguns itens à vista e outros de forma parcelada. Outros 28% declararam que irão parcelas as compras no crédito.

Só o setor de bens duráveis, que comercializa eletrônicos e eletroportáteis, deve movimentar 107 bilhões de reais neste ano – atingindo o nível do ano de 2014, antes da crise econômica do país. A estimativa é de que as vendas subam 6% na comparação com o ano passado. Os dados são da empresa de pesquisa de mercado GfK, em parceria com a 4E Consultoria.

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Compras natalinas

A pesquisa também aponta que 50% dos consumidores querem adiantar suas compras do Natal na esperança de conseguir descontos maiores. Para a data comemorativa, os principais presentes serão nas categorias de moda e acessórios (30%), celulares (21%) e eletrodomésticos (20%).

“É uma oportunidade de compra, mas não supre a necessidade do Natal”, ponderou Cristina. “O consumidor vai comprar o presente mais de um mês antes do Natal. Isso significa que a pessoa não poderá trocar o presente, por exemplo”.

De acordo com a pesquisa do Mercado Livre, a maioria dos consumidores (50,5%) comprará pela internet. Ainda assim, Cristina ressalta que o comércio eletrônico representa apenas 5% de todas as vendas. “Tem gente que gosta de tocar no produto ou não quer esperar para receber o item em casa”, diz ela. “Outras pessoas não têm hábito de comprar online, quase metade da população brasileira nem tem acesso à internet”.

Enquanto 36,7% dizem que vão comprar tanto nas lojas físicas quanto nas virtuais, 12,6% comprarão pessoalmente – a preferência explica-se pelo melhor preço (motivo citado por 54% dos entrevistados) e o frete grátis (30%).

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“Nos últimos anos, as compras do comércio eletrônico diminuíram em dezembro. Isso por causa da antecipação de compra”, diz Cantão. “Na data, as pessoas não compram presentes só para familiares, mas também para a casa ou para si mesmo”.

Black Fraude?

Na última edição da Black Friday, a bancária Edna Procópio, 54, enfrentou dor de cabeça após comprar um fogão em promoção. “Vi que o preço estava abaixo do praticado no mercado e comprei”, conta. “Quando o produto chegou na minha casa, percebi que tudo era completamente diferente: a funcionalidade, bancada, forno… Só a cor era igual”.

Ela procurou a loja para realizar a troca do fogão, mas diziam que o produto entregue era o correto. “Liguei diversas vezes. Só concordaram em trocar o produto depois de um mês e ainda demoraram 15 dias para efetuar a troca”.

Neste ano, a bancária também vai participar das promoções do evento. “Mas vou comprar só em lojas confiáveis e constatar a veracidade do site”.

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Em 2017, 95% dos consumidores relataram uma experiência positiva com a Black Friday, segundo a pesquisa do Mercado Livre – entre os que não participarão da data, o problema é financeiro: 51% citaram a falta de dinheiro.

O levantamento foi realizado com 1.000 pessoas entre os dias 19 a 25 de setembro e entrevistou pessoas de ambos os sexos, maiores de 16 anos e pertencentes às classes A, B e C, de todo o país.

Agora, as empresas estão se mexendo para acabar com a desconfiança do consumidor. O Mercado Livre, por exemplo, lançou ferramenta para monitorar o preço dos próprios vendedores. “Só os deixaremos aumentar o desconto se for uma diferença real com o preço que ele praticou há 30, 60 ou 90 dias”, explicou Cristina.

O criador do Black Friday de Verdade destaca que existem vários recursos para o monitoramento de preços. “No nosso site, há uma extensão onde o consumidor consegue ver o histórico de preço das principais lojas”.

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Segundo ele, o Procon também começou a acompanhar os preços durante a Black Friday para notificar as empresas que simulam promoções.

“A principal reclamação dos consumidores são os descontos falsos, normalmente em sites menores. As tentativas de fraudes também são comuns na época da Black Friday. [Os cibercriminosos] simulam sites conhecidos para roubar dados e lesar o consumidor”.

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