Cautela toma conta do mercado e dólar sobe à espera das tarifas recíprocas de Trump
Moeda se valoriza impulsionada pelas declarações do republicano e pelo dado de seguro-desemprego nos EUA, que fortalece a manutenção dos juros

O mercado vive um dia de tensão à espera do anúncio das tarifas recíprocas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu impor taxas equivalentes às cobradas pelos países sobre produtos exportados pelos EUA. O Brasil deve ser um dos afetados. Trump já havia criticado o alto custo das importações brasileiras para os americanos, enquanto os produtos americanos estão, segundo ele, baratos.
O dólar se fortalece, sendo cotado a R$ 5,79 às 11h30, em meio a um cenário de maior aversão ao risco com as medidas de Trump. Além disso, a queda nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que atingiu 216 mil na média móvel de quatro semanas, ante 217 mil na semana anterior, reforça a resiliência do mercado de trabalho americano. Esse dado fortalece a postura do banco central americano, o Federal Reserve de manter os juros elevados, reafirmando a mensagem do banco de que “não há pressa para reduzi-los”, o que aumenta a atratividade da moeda gerando fluxo de capital para o país.
A tensão toma conta do mercado, repercutindo no Ibovespa, principal índice da B3, que opera sob pressão e segue em trajetória de queda, operando abaixo dos 125 mil pontos. O mercado das commodities também não favorece a recuperação da bolsa, com a cotação do petróleo recuando nesta quinta-feira após notícias de negociações entre Trump e Vladimir Putin, presidente da Rússia, para encerrar a guerra na Ucrânia. O minério de ferro registra variação negativa na bolsa de Dalian, na China, pressionando os papéis de mineradoras e siderúrgicas.