Cartão de crédito tem os juros mais altos de 2019, chegando a 319% ao ano
Durante o ano passado, a alta foi de 33,5 pontos porcentuais no rotativo; cheque especial teve queda e taxa média ficou em 302,5%
O cartão de crédito fechou 2019 como a modalidade de crédito mais cara do país. Em dezembro, a taxa de juros médica ficou em 318,9% ao ano, ante 318,3% em novembro. Durante todo o ano, o aumento nos juros do cartão foi de 33,5 pontos porcentuais. No fim de 2018, a taxa estava em 285,4% ao ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Banco Central.
A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Já a taxa média de juros cobrada no cheque especial caiu em dezembro, depois de ter registrado alta em novembro, de acordo com o Banco Central. A taxa passou de 306,6% ao ano para 302,5%. Durante o ano, a modalidade teve queda de 10,1 pontos porcentuais. Estando a 312,6% no fim de 2018. A expectativa é que a taxa média dessa operação caia ainda mais, já que desde 6 de janeiro o Banco Central limitou a cobrança da taxa em até 8% ao mês, com isso, o juro anual será de cerca de 150% ao ano, no máximo.
De acordo com o Banco Central, a linha de crédito mais barata continua sendo o crédito consignado, que é cobrado com desconto na folha de pagamento. A taxa fechou o ano em 20,2%, menor da história. O consignado é mais barato porque tem chance muito pequena de inadimplência devido à forma como é cobrado. Como há garantia do pagamento de aposentados e pensionistas do INSS e de trabalhadores da iniciativa privada, a taxa é menor.
Outra taxa que também caiu foi a do financiamento de veículos para pessoas físicas, de 19,3% para 19,2% ao ano de novembro para dezembro, renovando o menor valor da série histórica, iniciado em junho de 2000.
Segundo o BC, as concessões de crédito totais somaram 429 bilhões de reais em dezembro, crescendo 16,9% no mês. No ano, relativamente a 2018, as elevações foram de 13,4% nas concessões totais, de 14,7% no segmento de famílias e de 11,8% no crédito às empresas. O comportamento dos juros bancários acontece em um ambiente de queda da taxa básica da economia, a Selic. Essa taxa caiu quatro vezes em 2019, passando de 6,5% no fim de julho para 4,5% em dezembro. O Comitê de Política Monetári (Copom) de reúne novamente na semana que vem para decidir os rumos dos juros em 2020.