Brics apregoam reformas na ONU e no sistema monetário
Grupo alerta para fluxo excessivo de capitais para economias emergentes e reivindica participação global mais preponderante
Em declaração conjunta emitida nesta quinta-feira, os Brics defenderam reformas na ONU e no sistema monetáro internacional. Reunido na cidade chinesa de Sanya, o grupo dos cinco países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – criticou o atual formato do modelo econômico. “A crise financeira internacional expôs as inadequações e deficiências do sistema monetário e financeiro internacional existentes”, informa o comunicado.
Os países ainda se mostraram preocupados com o crescente fluxo de capitais para as economias emergentes: “Apelamos a uma maior atenção diante dos riscos que representam os fluxos em massa de capitais internacionais”. Os emergentes atraem o mercado pela taxa de juros mais elevados na comparação com os países desenvolvidos.
ONU – Os Brics também reivindicaram uma participação mais efetiva nas decisões geopolíticas, por meio de uma reforma na ONU (Organização das Nações Unidas). Em comunicado, os países destacaram o modelo anacrônico do organismo internacional. “A reforma da ONU e de seu Conselho de Segurança são essenciais porque não é possível iniciarmos a segunda metade do século XXI vinculados a um acordo institucional criado após a guerra”, disse a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, manifestaram apoio às entradas de Brasil, Índia e África do Sul no bloco. “Podemos unir esforços, sem precipitação, a diplomacia e a negociação devem ser privilegiadas”, declarou Dilma.
Brics – O banco de negócios Goldman Sachs inventou em 2001 a sigla BRIC, em referência ao crescente peso das quatro economias emergentes. A China convidou a África do Sul a se juntar ao grupo no final do ano passado.
Os cinco países, que contam hoje em dia com mais de 40% da população mundial, representarão 61% do crescimento do planeta em 2014, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entre 2003 e 2010, o crescimento dos países BRICS representou cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, segundo dados divulgados pela Chancelaria brasileira.