Brasil tem 1,5 milhão de trabalhadores por aplicativo, aponta IBGE
Esses profissionais — 81% homens — têm jornada de trabalho maior e menos formalização que o restante da população ocupada, mas renda 5,4% mais alta
O Brasil tinha quase 1,5 milhão de trabalhadores por meio de aplicativos de serviços no quarto trimestre de 2022, incluindo motoristas, entregadores de comida e outros profissionais. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traça o perfil dos chamados trabalhadores “plataformizados”, nome dado pelo IBGE às pessoas que têm a principal fonte de renda proveniente do trabalho mediado por plataformas digitais.
O levantamento foi feito em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 25, os trabalhadores que realizam essas funções correspondem a 1,7% da população ocupada com trabalho à época no setor privado (87,2 milhões). Essa é a primeira vez que o IBGE faz esse recorte por trabalhadores que obtém a principal fonte de renda destas plataformas.
No recorte por tipo de aplicativo, 52,2% (778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros em ao menos um dos dois tipos listados (de táxi ou excluindo táxi). Em um olhar mais aprofundado, eram 47,2% (704 mil pessoas) os de transporte particular de passageiros (excluindo os de táxi) e 13,9% (207 mil) de aplicativos de táxi.
A maioria dos trabalhadores plataformizados eram homens (81,3%), em uma proporção muito maior que a média geral dos trabalhadores ocupados no setor privado (59,1%). O grupo de 25 a 39 anos correspondia a quase metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais. Quanto à escolaridade, os plataformizados concentravam-se nos níveis médio completo ou superior incompleto (61,3%).
Cerca de 77,1% dos plataformizados eram trabalhadores por conta própria, contra 29,2% para os não plataformizados (29,2%). Entre os grupamentos de atividade, 67,3% dos plataformizados atuavam em Transporte, armazenagem e correio e 16,7% em Alojamento e alimentação.
Esse grupo tem renda média 5,4% superior dos demais ocupados (2.645 reais contra 2.510 reais), porém, trabalham mais horas por semana. Segundo o IBGE, os trabalhadores de plataformas digitais têm jornada média de 46 horas por semana, 6,5 horas mais extensa que a média dos demais ocupados (39,5 horas). “Essa diferença nas horas trabalhadas também pode explicar a diferença de rendimento. Se considerarmos o rendimento por hora trabalhada, os trabalhadores plataformizados apresentam, em média, rendimento hora inferior ao dos demais ocupados”, explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
Quando o recorte é sobre formalização, também há uma grande diferença de perfil. A proporção de trabalhadores plataformizados informais (70,1%) era superior à do total de ocupados no setor privado (44,2%). O IBGE também aponta que 60,8% dos ocupados no setor privado contribuíam para a previdência, enquanto apenas 35,7% dos plataformizados eram contribuintes.
A regulamentação de trabalho por aplicativo é uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, já existe um base fechada para um acordo sobre o transporte de passageiros por aplicativos, e a proposta deve ser encaminhada ainda neste mês. “Resta somente finalizar a redação. Até semana que vem, estará consolidado para apresentar em definitivo ao presidente, para transformar em projeto de lei para ser submetido ao Congresso Nacional”, disse Marinho após o encontro com Lula na última terça-feira, 24.
PF deu de cara com filho de Lula ao cumprir mandado contra ex-nora do presidente
Mendonça pede informações ao governo Lula sobre indicação de mulher negra ao STF
Leandro Lima vai para hospital após ingerir gasolina em casa
Inmet emite alerta laranja para tempestades em SP e outros três estados nesta quinta, 13
Jogos de hoje, quarta, 12 de novembro: onde assistir futebol ao vivo e horários







