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Brasil segue na lanterna do ranking mundial de competitividade digital. Veja a lista

O país está na 57ª posição entre 67 países analisados pelo International Institute for Management Development, em parceria com a Fundação Dom Cabral

Por Camila Pati 14 nov 2024, 17h15

O Brasil continua na lanterna do ranking mundial de competitividade digital. O estudo feito pelo IMD (International Institute for Management Development, em parceria com o Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC) mostra que o país está na 57ª posição entre 67 países analisados. A posição brasileira é a mesma do ano passado.  A primeira posição no ranking geral é de Singapura, seguida por Suíça e Dinamarca.  Os Estados Unidos aparecem em quarto lugar. 

A análise leva em conta três pilares para classificar a prontidão das economias mundiais para incorporar novas tecnologias digitais que podem impactar a produtividade econômica, o crescimento dos países e das organizações: conhecimento e formação, aplicação tecnológica e a prontidão para o futuro.

“Os dez primeiros colocados têm um destaque significativo para a produção de tecnologia. São países que têm feito um dever de casa brilhantíssimo para a atração de investimento, para a formação de mão de obra e para a inovação. Ou seja, uma agenda muito bem casada entre conhecimento, pesquisa e aplicação dessas pautas”, diz o líder da pesquisa no Brasil, Hugo Tadeu, professor e diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC.

Apesar de estar na lanterna da lista, o Brasil apresentou alguns destaques positivos em itens pontuais da análise, como o total de gastos públicos em educação (7º), produtividade em pesquisas de P&D (7º) e políticas de Inteligência Artificial aprovadas por lei (9°). Em relação ao investimento em telecomunicações, o país ficou com a 14ª colocação, com R$ 35 bilhões de investimento em 2023, o que está relacionado com as metas de 5G. Por último, o uso de smartphone também ficou em 14°.

Por outro lado, a prática de transferência de conhecimento (66°), financiamento para desenvolvimento tecnológico (64°), disponibilidade de capital de risco (64°), incentivo para desenvolvimento e aplicação tecnológica (63º) e legislação para pesquisa científica e inovação (63º) estão entre os piores resultados brasileiros. Veja os principais desafios para o país em cada um dos três pilares:

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1.Conhecimento e Formação

 Embora o Brasil seja o sétimo maior em gasto com educação, a qualidade não acompanha o investimento.  “Na análise do quesito talento a gente está na penúltima colocação. Talento significa conhecimento, talento significa formação de mão de obra, significa as empresas investindo nessa formação de mão de obra”, diz Tadeu.

Ele destaca a necessidade de reskilling e upskilling, especialmente em inteligência artificial, mas falta integração entre ensino e geração de patentes que promovam inovação. A concentração científica nas principais universidades, como USP e Unicamp, sugere que apenas uma pequena parte da academia consegue atuar de forma competitiva globalmente.

2.Aplicação Tecnológica

 O país ainda enfrenta barreiras de custo de capital para investimento em tecnologia e inovação. “Apesar da gente ter melhorado uma, duas colocações em capital, o famoso custo de capital para se fazer investimentos em tecnologia no Brasil continua a ser um desafio porque não é barato fazer investimentos em tecnologias, tanto , que tecnologias estruturais quanto para a IA”, diz Tadeu.

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Além de a implementação de tecnologias de base e IA ser cara, e as empresas precisam adotar estruturas organizacionais mais ágeis para serem mais eficazes. Outro ponto importante é a dependência de conhecimento importado, com empresas brasileiras comprando tecnologia em vez de desenvolvê-la internamente, o que limita a transferência de conhecimento.  “A gente tem poucas empresas que têm, na verdade, gerado conhecimento e exportado, ou seja, gerado divisas, divisas para o nosso país”, diz o professor que considera que ainda somos “fechados para esses assuntos.”

3.Prontidão para o Futuro

A capacidade de adaptação e agilidade para incorporar tecnologias emergentes de maneira contínua e estratégica depende de investimentos em infraestrutura, mas também do desenvolvimento de uma cultura organizacional e nacional que favoreça a inovação. Os países de destaque no ranking têm agendas bem alinhadas de educação, inovação e proteção de propriedade intelectual, essenciais para gerar riqueza. No Brasil, falta uma perspectiva de longo prazo focada na criação de conhecimento que seja traduzido em produtividade e riqueza.   “Quando a gente olha para o gasto médio em educação, o Brasil está em sétimo lugar, mas não significa que esse gasto tenha qualidade. O mesmo ocorre em relação à pesquisa e desenvolvimento. “ O sinal que o relatório está dizendo é que a gente gasta muito mas não qualifica de uma forma adequada.”

Confira o ranking com os 10 países com mais e menos competitividade digital:

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Posição

País

Posição por fator

Tecnologia

Conhecimento

Prontidão para o futuro

Singapura

2º 

Suíça

3º 

Dinamarca

4º 

EUA

5º 

Suécia

6º 

Coreia do Sul

7º 

Hong Kong

15º

8º 

Países Baixos

9º 

Taiwan

19º

19º

10º 

Noruega

17º

17º

10º

57º 

Brasil

56º

56º

53º

58º 

Colômbia

55º

55º

49º

59º 

México

58º

58º

55º

60º 

Botswana

49º

49º

62º

61º 

Filipinas

64º

64º

58º

62º 

Argentina

61º

61º

47º

63º 

Peru

63º

63º

60º

64º 

Mongólia

62º

62º

64º

65º 

Gana

66º

66º

65º

66º 

Nigéria

65º

65º

67º 

Venezuela

67º

67º

Fonte: adaptado de IMD World Digital Competitiveness Ranking 2024

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