Brasil gerou 129,7 mil empregos formais em julho; saldo 32% menor que em 2024
Desaceleração do mercado de trabalho foi confirmada pelo Caged, que está no radar do mercado

O Brasil registrou um saldo positivo de 129,7 mil vagas de emprego com carteira assinada em julho, segundo os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 27. O número é resultado de 2,25 milhões de contratações e 2,12 milhões de demissões no mês passado. A geração de emprego em julho desacelerou 32% em relação ao mesmo mês de 2024, quando cerca de 191 mil vagas foram criadas.
O dado do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é um dos principais indicadores observados pelo mercado financeiro hoje. Uma desaceleração nas contratações, como mostrado pelo Caged, auxilia a perspectiva de cortes de juros promovidos pelo Banco Central (BC). O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a desaceleração do mercado de trabalho à taxa Selic elevada — hoje fixada em 15% ao ano. “Se fosse outro juro, nós estaríamos com mais contratações. Cresceríamos muito mais, em uma velocidade muito maior”, disse durante coletiva nesta quarta-feira.
Os setores de serviços, agropecuária, indústria geral, construção e comércio abriram mais vagas do que encerraram no mês, com saldos positivos de 50,1 mil, 8,7 mil, 24,4 mil, 19 mil e 27,3 mil vagas, respectivamente. O mesmo vale para todas as regiões do país. O maior saldo ficou com a região Sudeste, a mais populosa, que gerou 50 mil postos de trabalho formal. O segundo lugar ficou com o Nordeste (39 mil vagas), seguido por Centro-Oeste (21,2 mil), Sul (11,3 mil) e Norte (8,1 mil).
No acumulado de janeiro a julho, o mercado de trabalho apresentou um saldo positivo de 1,34 milhão de vagas formais geradas. O número é 10,3% menor que o registrado no acumulado dos mesmos meses em 2024.
O Brasil possuía um total de 48,5 milhões de empregos com carteira assinada até o final de julho. No mesmo mês do ano passado, o contingente total de empregos formais era de 47 milhões.