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Brasil e Japão são os únicos entre 19 países que esperam alta de juros

Banco Central brasileiro se reúne na próxima semana para decidir o novo nível da taxa Selic, a aposta é de aumento

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 set 2024, 12h00 - Publicado em 15 set 2024, 08h11

O Brasil é o único país, ao lado do Japão, onde a expectativa é que a taxa básica de juros suba ao longo do próximo ano, quando considerada uma lista com 19 das principais economias do mundo. É o que mostra um levantamento feito pelo economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel, que foi secretário do Ministério da Fazenda e da Economia entre 2016 e 2020.

Em todas os outros países, as projeções são de queda para a taxa básica ao longo dos próximos 12 meses, conforme os resquícios dos grandes choques de preços deixados pela pandemia voltam à normalidade e deixam o espaço aberto para o afrouxamento monetário (veja a tabela completa ao fim).

Os dados, levantados em 6 de setembro, consideram os juros esperados pelo mercado 12 meses à frente, por meio das taxas de juros futuros. O mercado brasileiro apontava para juros de 12,26% em um ano, aumento de 1,76 ponto percentual em relação ao nível atual da Selic, que está em 10,5%. No Japão, havia uma aumento precificado de 0,2 ponto, do nível atual de 0,25% para 0,46%.

Depois de passar anos com sua taxa de juros a zero – ou mesmo abaixo disso – e ter se mantido como um dos poucos grandes países do mundo que não subiram os juros ao longo de todo o período de crise inflacionária global do pós-pandemia, o Japão voltou a subir suas taxas em março deste ano e, depois, em julho. Foram os primeiros aumentos desde 2007, e um movimento que fez com que o banco central japonês se tornasse, oficialmente, o último de todo o mundo a deixar de praticar taxas de juros negativas, numa tentativa de começar a trazer sua política monetária de volta à normalidade.

No caso do Brasil, o país ficou na contramão do restante do mundo em meio ao medo de que a inflação volte a subir com uma economia que está muito aquecida e também uma taxa de câmbio que se apreciou muito ao longo do ano, o que, com o dólar mais caro, também pesa sobre os preços internos. Também pesa sobre o país os efeitos de uma situação fiscal problemática: o governo tem falhado em tirar as contas públicas do vermelho e a dívida, que já está entre as maiores do mundo emergente quando considerada em proporção ao PIB, segue crescendo.

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“A economia brasileira está crescendo acima do potencial”, disse Manoel, da AZ Quest. “As expectativas de inflação estão desancoradas, e o governo não tem credibilidade fiscal para gerar confiança de que o limite de despesa prometido será respeitado.” A diretoria do Banco Central se reúne na próxima semana e anuncia na quarta-feira, 18, a sua decisão sobre a taxa Selic.

Veja a seguir a tabela completa com as taxas de juros esperadas em cada país:

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