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Serviços e comércio criaram 64% das novas vagas formais em julho

No mês, foram abertas 316 mil postos CLT, sendo 202 mil nessas atividades; no ano, saldo total de vagas é de 1,8 milhão, afirma Ministério do Trabalho

Por Larissa Quintino Atualizado em 26 ago 2021, 13h32 - Publicado em 26 ago 2021, 11h41

A diminuição das medidas restritivas, avanço da vacinação e o aumento da circulação de pessoas beneficia diretamente o setor de serviços. Tradicionalmente um grande empregador, o setor tem contribuído para a abertura de vagas com carteira assinada. Em julho, o saldo entre demissões e admissões foi positivo em 316.580 vagas nos moldes da CLT. Desse total, 127.751 foram geradas pelos serviços cerca de 40% dos novos postos de trabalho. Juntando com o comércio, que também se beneficia com a maior circulação de pessoas, o saldo chega a 202.595 no mês, cerca de 65% das vagas.  Os dados do recém-criado Ministério do Trabalho e Previdência foram divulgados nesta quinta-feira, 26.

Maior setor do PIB, o setor de serviços empregava, em 2019, no pré-pandemia, 12,8 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados pelo IBGE também nesta quinta-feira. Daí, a importância do aumento das contratações nessas atividades para a retomada econômica.

O Brasil tem saldo de 1.848.304 vagas CLT no saldo acumulado pelos sete primeiros meses do ano. Em 2020, entre janeiro a julho, foi registrado o fechamento de 1 milhão de postos de trabalhos, com o efeito do choque inicial da pandemia na atividade econômica. “Já vacinamos mais que os Estados Unidos e, com o reaquecimento da economia, a tendência é que a taxa de ocupação continue essa tendência de alta”, afirmou o ministro Onyx Lorenzoni.

Aliado de primeira hora d0 presidente Jair Bolsonaro, o ministro aproveitou sua primeira coletiva de divulgação do Caged para criticar medidas de distanciamento social, adotadas por estados e municípios durante fases mais agudas da pandemia. “Fica aqui uma lembrança e um recado aos prefeitos de ontem e prefeitos de hoje: quando as cidades caminham para a normalidade, nós temos de novo esses dois setores respondendo muito fortemente”, declarou.  

Além da retomada das atividades, há outro fator que ajuda na empregabilidade. Ao todo, 3,3 milhões de trabalhadores contavam, em julho, com a estabilidade do BEm, medida de proteção de empregos do governo, adotado em 2020. Segundo as regras do programa, o trabalhador que teve o contrato suspenso ou a jornada reduzida conta com estabilidade provisória pelo mesmo tempo que teve seu contrato suspenso. Em agosto, 2,7 milhões de trabalhadores ainda contarão com a estabilidade. O patamar vai diminuindo progressivamente, mas chegará em dezembro com 1,4 milhão de trabalhadores ainda contando com o direito a estabilidade.

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Metodologia

Cabe ressaltar que o Caged capta apenas o comportamento do mercado formal, ou seja, números de carteiras assinadas que são informadas pelos empregados ao Ministério da Economia, e não os dados de desemprego do país, compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no Brasil está em 14,6% no trimestre encerrado em maio, uma das mais altas da série histórica iniciada em 2012, com quase 15 milhões de desempregados.

O descompasso entre a taxa de desocupação e a criação de vagas formais está diretamente ligada à recuperação da economia e é percebido desde meados do ano passado. Com atividades voltando a funcionar e os indicativos de melhora, mais gente passou a procurar emprego. A taxa de desocupação do IBGE considera desempregados somente aqueles que ativamente procuram por uma vaga. A melhora do mercado formal é importante, mas é difícil que haja absorção de toda a força de trabalho, que também passa por trabalhadores informais.

 

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