Bradesco tem lucro de R$ 3,87 bilhões no 3º tri
O segundo maior banco do país precisou descontar de seus resultados as perdas com a participação do Banco Espírito Santo
O Bradesco enviou sinais mistos ao mercado, com o forte lucro do terceiro trimestre contrabalançado pela piora da qualidade da carteira de empréstimos, que também tem crescido menos. O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido entre julho e setembro subiu 26,5% ante igual período de 2013, para 3,87 bilhões de reais. O resultado veio mesmo após efeito contábil negativo de 598 milhões de reais decorrente do colapso do português Banco Espírito Santo, no qual o Bradesco tinha 3,9% de participação.
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O ciclo de fraca expansão dos empréstimos, refletindo a estagnação da economia brasileira, voltou a aparecer, com avanço de apenas 7,7% dos financiamentos em doze meses, a 444,2 bilhões de reais. O crédito para varejo subiu 8,65%, enquanto a de empresas evoluiu 7,2%. Com isso, o banco reduziu a previsão de alta de sua carteira de crédito em 2014, de, no máximo, 14% para 11%. Em pessoas físicas, a projeção caiu da faixa de até 15% para 12%. Já para o setor corporativo, a estimativa recuou de 13% para 10%.
Mesmo com foco em linhas consideradas mais seguras, como imobiliária e consignado, o Bradesco viu o índice de calotes acima de noventa dias subir de 3,5% ao fim do segundo trimestre para 3,6% em setembro. Assim, a despesa com provisões para perdas com inadimplência somaram 3,35 bilhões de reais entre julho e setembro, avanço de 16,2% ante igual etapa do ano passado. Houve, segundo o banco, “agravamento do nível de risco de casos pontuais, ocorridos em operações com clientes corporativos, que se iniciou no segundo trimestre”.
Por outro lado, o Bradesco registrou um avanço de 13,3% das receitas com tarifas e serviços, para 5,64 bilhões de reais, e também elevou a previsão de aumento nesta linha em 2014, da faixa de até 13% para 14%.
No terceiro trimestre, o retorno do Bradesco sobre patrimônio líquido (ROE), que mede como bancos remuneram o capital de seus acionistas, foi de 20,4%, ante 18,4% no terceiro quarto de 2013, mas levemente abaixo dos 20,7% de três meses antes.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)