Bovespa despenca 2,93% ante temores com a Grécia
Os investidores, uma vez mais, fugiram dos ativos considerados arriscados; o Ibovespa cedeu quase 3%, espelhando o pessimismo que atingiu também outras bolsas mundiais
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com forte queda de 2,93% nesta segunda-feira na esteira do pessimismo que tomou conta dos mercados mundiais. Fecharam em queda, aliás, as principais bolsas internacionais.
Os investidores, mais uma vez, fugiram dos ativos de risco ante os temores com a situação da Grécia e com os possíveis efeitos de um calote da dívida do país sobre toda a Europa. Com isso, o índice da bolsa paulista (Ibovespa) encerrou o pregão desta segunda-feira na mínima de 50.791 pontos, sendo que a máxima, registrada a 13:01, foi de 52.154 pontos. Trata-se do menor nível desde 8 de agosto (48.668,29 pontos). No ano, tem baixa de 26,71%.
As maiores perdas do Ibovespa foram verificadas entre as ações ordinárias da MMX Mineração, de 6,95%, seguidas de perto pelas ações ON da varejista B2W, com queda de 6,73%. Entre os poucos ganhos da bolsa nesta segunda-feira figuraram os papéis do setor de telefonia. As ações ordinárias da TIM Participações mostraram elevação de 3,10%, seguidas pelas preferenciais da Telesp, com alta de 1,70%.
Más notícias no domingo – O anúncio do governo da Grécia, neste domingo, de que não vai conseguir cumprir as metas de déficit de 2011 e 2012 estipuladas pelo plano de resgate da União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) trouxe mau humor aos mercados acionários. O rascunho de orçamento para o ano que vem foi aprovado pelo gabinete grego. O documento mostrou um déficit de 8,5% do PIB para este ano, pior que a meta de déficit de 7,6%. O déficit, como previsto, também não deve estar na meta no ano que vem – a previsão é de 6,8%, ante meta de 6,5%. Diante dessas informações, as bolsas caíram em todo o globo e a Bovespa voltou aos 50 mil pontos.
No exterior, nem mesmo alguns indicadores positivos, da China e dos EUA, levaram os investidores a abandonar o sinal vermelho.
Estados Unidos – O Dow Jones terminou o dia em queda de 2,36%, aos 10.655,30 pontos; o S&P caiu 2,85%, aos 1.099,23 pontos; e o Nasdaq perdeu 3,29%, aos 2.335,83 pontos.
O índice do Instituto para Gestão de Oferta de atividade industrial dos EUA subiu para 51,6 em setembro, de 50,6 em agosto, ante previsão de 50,4. Já os investimentos em construção nos EUA subiram inesperadamente em agosto: +1,4%. A previsão era de queda de 0,4%. Na China, o índice PMI oficial chinês de atividade industrial cresceu para 51,2 em setembro, de 50,9 em agosto.
Europa – O temor ante a Grécia dominou o sentimento dos mercados europeus. Em Atenas, o índice ASE caiu 2,40%, o índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, 2,28%, o CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 1,85%, o índice FTSE 100, do Reino Unido, caiu 1,03%. Em Madri, o índice Ibex 35 perdeu 2,26%. Em Portugal, o índice PSI 20 da Bolsa de Lisboa recuou 2,60%.
Na Nymex, o contrato do petróleo para novembro recuou 2%, a 77,61 dólares o barril. Aqui, Petrobras ON perdeu 4,02% e PN, 3,61%. Vale ON recuou 3% e PNA, 2,50%.
(com Agência Estado)