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Bolsonaro funde Fazenda com Indústria e Agricultura com Ambiente

Superministério representa um recuo, já que Bolsonaro havia sinalizado aceitar pedido de empresários de manter a pasta da Indústria e Comércio Exterior

Por Redação
Atualizado em 30 out 2018, 18h56 - Publicado em 30 out 2018, 17h40

O presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu criar o superministério para cuidar da economia. A nova pasta, que será comandada pelo economista Paulo Guedes, vai unir as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. A decisão foi confirmada hoje após a primeira reunião da equipe de governo do sucessor de Michel Temer.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que será ministro-chefe da Casa Civil, disse que também foi acertada a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em uma só pasta. A proposta, que já havia sido mencionada durante a campanha eleitoral, é criticada tanto por ruralistas quanto por ambientalistas.

Apesar de ter proposto a união das pastas em boa parte da campanha, Bolsonaro afirmou recentemente que atenderia a um pedido de industriais para manter a da Indústria e Comércio Exterior e que estava aberto a ouvir setores do agronegócio contrários à fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente.

Após o encontro, Guedes disse que o futuro governo vai “salvar a indústria brasileira apesar dos industriais brasileiros” e que o Ministério da Indústria e Comércio havia se transformado em uma “trincheira da I Guerra Mundial” na defesa de protecionismos.

“O Brasil está em um processo de desindustrialização acelerada há mais de trinta anos. Eles (MIDC) estão lá com arame farpado, lama, buraco, defendendo protecionismo, subsídio, coisas que prejudicam a indústria, ao invés de lutar por redução de impostos, simplificação e uma integração competitiva à indústria internacional”, afirmou.

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Segundo Guedes, a proposta do superministério não é fazer uma abertura abrupta da economia, que “mataria a indústria”. Ele propõe retomar o crescimento da indústria garantindo juros baixos, eliminando a complexidade burocrática e reduzindo impostos.

“O maior símbolo de que os impostos são excessivos é que quem tem lobby consegue desoneração e quem não tem vai para o Refis (programa de refinanciamento de impostos). Se os impostos fossem mais baixos, não precisaria de nada disso”, disse. “A razão de o MIDC estar próximo da economia é justamente ter uma única orientação sobre tudo isso”, completou.

O advogado Gustavo Bebianno, integrante da Executiva Nacional do PSL e aliado próximo do presidente eleito, afirmou que o novo governo terá “mais ou menos quinze” ministérios. Atualmente, são 29 pastas ministeriais.

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Ele também disse que aproximadamente metade dos nomes dos titulares das pastas já está definida, incluindo um “forte” para comandar a Educação.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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