Bolsonaro indica general Joaquim Silva e Luna para presidir Petrobras
Nome foi anunciado na noite desta sexta nas redes sociais do presidente, mas qualquer nomeação depende de aprovação do conselho ou assembleia de acionistas
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite desta sexta-feira, em suas redes sociais, que está indicando o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa, para ocupar o cargo de novo “conselheiro de administração e presidente da Petrobras”. O anúncio pegou de surpresa a estatal já que, para o cargo de presidente da empresa, o nome precisa ser aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, que tem conselheiros independentes e representantes de acionistas minoritários. Para nomear um membro do conselho, é preciso convocar assembleia de acionistas, segundo regras do próprio estatuto da Petrobras.
Segundo a nota divulgada por Bolsonaro, ele indica Luna para o cargo que hoje é ocupado por Roberto Castello Branco. Em sua live semanal, Bolsonaro havia anunciado que algo mudaria na Petrobras nos próximos dias. A declaração fez as ações despencarem na bolsa de valores.
O presidente está insatisfeito com a política de preços da Petrobras e como isso o afeta politicamente, em especial com sua base entre os caminhoneiros. Nesta sexta-feira, um novo reajuste foi anunciado pela Petrobras. Já é o quarto reajuste do ano e a gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% e o diesel subiu 27,72% no mesmo período. Ontem, o presidente anunciou que vai reduzir a zero os impostos federais sobre o diesel e também sobre o gás de cozinha. Pela manhã, Bolsonaro reafirmou em evento em Pernambuco que é preciso ter previsibilidade no preço dos combustíveis. “Anuncio que teremos mudança, sim, na Petrobras. Jamais vamos interferir nessa grande empresa na sua política de preço, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes”, declarou durante cerimônia em obras de transposição do Rio São Francisco em Sertânia (PE). “Faça-os, mas com previsibilidade, é isso que nós queremos.”
Luna, de 69 anos, é hoje diretor-geral da usina hidrelétrica de Itaipu Binacional. General de Exército da reserva, ele serviu por cinco anos no Ministério da Defesa como secretário e chegou a ministro da pasta durante o governo de Michel Temer. Em 12 anos como Oficial General da ativa, ele foi comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Amazonas, diretor de patrimônio, de 2004 a 2006, Chefe do Gabinete do Comandante do Exército, e Chefe do Estado-Maior do Exército, de 2011 a 2014.