Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em alta. O impulso partiu dos dados que mostraram um aumento nas encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos, além das expectativas de que o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, sinalizará na sexta-feira a adoção de medidas de estímulo à economia norte-americana.
Esses fatores ofuscaram a pressão negativa trazida pelo rebaixamento no rating (nota de risco) soberano do Japão, anunciada ontem à noite pela agência Moody’s. Os dados também ofuscaram os indicadores fracos sobre a economia da Europa, entre eles um que mostrou declínio de 0,7% nas encomendas à indústria da zona do euro em junho na comparação com o mês anterior. Foi a queda mais acentuada desde setembro de 2010.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,39%, para 229,79 pontos. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 avançou 1,49%, para 5.205,85 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 1,79%, para 3.139,55 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em alta de 2,69%, a 5.681,08 pontos.
Em Milão, o índice FTSE MIB subiu 1,86%, para 14.981,35 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, avançou 1,08%, para 8.369,10 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 0,52%, para 6.126,38 pontos.
O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 1,99%, para 892,96 pontos, pressionado particularmente pelo clima de insatisfação dos membros da zona do euro com o fato de a Finlândia ter exigido garantias financeiras da Grécia como condição para ajudar no novo pacote de resgate grego.
As ações de montadoras e setores relacionados estavam entre os destaques da sessão depois de dados divulgados nos EUA mostrarem que as encomendas de bens duráveis do país aumentaram 4% em julho ante o mês anterior, puxadas pela demanda por automóveis e aeronaves comerciais. A Daimler subiu 5,2% em Frankfurt, enquanto a siderúrgica ThyssenKrupp fechou em alta de 3,6%. Em Paris, a Michelin avançou 4,3% e a Renault 4,6%.
No segmento de bebidas, a Heineken recuou 7,6% depois de anunciar que houve fraqueza no volume de vendas entre julho e agosto. A empresa disse que, diante disso, espera um lucro semelhante ao obtido em 2010. A declaração da Heineken pesou também sobre os papéis da Anheuser-Busch InBev (AB InBev), que caíram 1,9% em Bruxelas.
Entre os bancos, o Royal Bank of Scotland fechou em alta de 9,3% e o Crédit Agricole teve ganho de 2,5%. O setor foi beneficiado pela notícia de que a linha de empréstimos em dólares do Banco Central Europeu (BCE) não foi utilizada por nenhuma instituição financeira recentemente. Na semana passada, um empréstimo de US$ 500 milhões feito pelo BCE por meio dessa linha havia gerado preocupações com a saúde dos bancos europeus.
No segmento de seguradoras, a Ageas subiu mais de 21% depois de anunciar um crescimento de 44% no lucro com seguros do segundo trimestre. O resultado exclui efeitos de depreciação de ativos na Grécia. A Ageas – conhecida anteriormente como Fortis -, também disse que vai recomprar cerca de 250 milhões de euros (US$ 360 milhões) em ações.
O Admiral Group recuou quase 12% mesmo depois de anunciar um aumento de 27% no lucro antes de impostos do primeiro semestre. As informações são da Dow Jones.
(Com Agência Estado)