Bolsa recua pelo terceiro dia à espera da aprovação da Previdência
Ibovespa cai 0,7% nesta terça-feira, influenciado por indicadores ruins da indústria dos EUA; dólar tem alta de 0,2% e é negociado a R$ 4,16
À espera pela aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no plenário do Senado, a bolsa brasileira caiu pelo terceiro dia seguido, influenciada também por indicadores ruins da indústria dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 0,7% nesta terça-feira, 1º, fechando aos 104.053 pontos – com ações de bancos entre as maiores pressões de baixa no primeiro pregão de outubro. O declínio veio após a valorização de 3,6% em setembro, que elevou o ganho neste ano a 19,2%.
No cenário externo, dados mostraram que a atividade fabril nos Estados Unidos contraiu em setembro, com o índice do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM) na mínima em 10 anos. O indicador endossou receios sobre o efeito do embate comercial entre os EUA e a China na maior economia do mundo. Investidores também seguiram monitorando com cautela os potenciais desdobramentos do processo de impeachment do presidente americano, Donald Trump.
“Basicamente estamos sofrendo influência de Wall Street, embora o câmbio esteja bem comportado”, afirmou o gestor Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital. “As questões políticas nos EUA relacionadas a Trump não ajudam, e ainda se misturam com dúvidas sobre a disputa comercial com a China.” Entre as maiores quedas na bolsa brasileira, estão as ações do Itaú (-2,3%), do Bradesco (-1,4%) e do Banco do Brasil (-1,2%).
No cenário interno, segue a expectativa pela votação, em primeiro turno, da reforma no Senado ainda para esta terça-feira. A votação em segundo turno é esperada para a próxima semana. Mais cedo, a CCJ do Senado aprovou o parecer do relator da reforma da Previdência, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), sobre as emendas de plenário apresentadas ao texto e concluiu a análise da proposta.
Já o dólar fechou em leve alta ante o real nesta terça-feira, primeira sessão do mês e do último trimestre do ano, com o mercado de câmbio influenciado por um dia de forma geral negativo para ativos de risco, após dados nos Estados Unidos reforçarem temores de recessão na maior economia do mundo. A moeda à vista subiu 0,2% e foi negociada em média a 4,16 reais para a venda, com investidores citando o andamento da reforma da Previdência no Senado como fator para algum alívio ao câmbio nesta sessão.
(Com Reuters)