Bolsa cai e dólar sobe após discurso de Bolsonaro e cenário externo
O Ibovespa caiu quase 1%, aos 95.103,38 pontos, nesta terça-feira, 22. Já o dólar subiu 1,25%, sendo vendido a 3,80 reais
O discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, não frustrou parte do mercado financeiro. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu quase 1%, aos 95.103,38 pontos, nesta terça-feira, 22. Já o dólar subiu 1,25%, sendo vendido a 3,80 reais.
Segundo analistas do mercado, o discurso de Bolsonaro não trouxe novidades sobre a mais aguardada das reformas, que é a da Previdência. Sem informações sobre essa reforma, o mercado passou a se pautar pelo noticiário internacional, que foi marcadamente negativo nesta terça-feira.
Entre as notícias consideradas negativas está a paralisação parcial do governo americano e ameaça de acirramento nas relações comerciais entre Estados Unidos e China. Segundo o jornal Financial Times, Donald Trump teria negado a vinda de dois membros do governo chinês para as negociações prévias de uma trégua na guerra comercial.
O relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado em Davos na segunda-feira 21, também azedou o humor do mercado. O documento apontou para uma queda de 0,2% na expectativa de crescimento global em 2019, reforçando o temor sobre uma desaceleração da economia em todo o mundo.
Para o economista-chefe da corretora Necton, André Perfeito, o relatório do FMI foi um dos fatores que influenciou a as quedas de bolsas no exterior e no Brasil. Segundo ele, outra notícia negativa foi a queda do preço do barril de petróleo – o barril do petróleo tipo Brentfechou em queda de 1,98%, para 61,50 dólares.
Para Pedro Galdi, analista da corretora Mirae, o discurso de Bolsonaro não influenciou tanto o humor do mercado. “Mercado brasileiro acompanhou o mal humor do cenário externo, mas tinha expectativa com o que ele iria dizer. No final, falou o que tinha que falar. Repetiu tudo o que ele disse já disse no Brasil.”
Já para Perfeito, houve frustração do mercado com a fala “econômica” do presidente, fazendo referência aos 6 minutos de discurso. Para ele, os investidores sentiram falta de mais especificidades. “A questão é que ele não está falando nada concreto ainda”, completa.
(Com Estadão Conteúdo)