BNDES libera novo crédito de R$ 200 milhões para projeto de carro voador da Embraer

Fundo Clima auxiliará com R$ 160 milhões e Finem com R$ 40 milhões para integrar valor total do custo de produção

Por Carolina Ferraz SEGUIR SEGUINDO 9 dez 2025, 11h38 • Atualizado em 9 dez 2025, 12h14

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou nesta terça-feira, 9, que aprovou um novo aporte para impulsionar o desenvolvimento do carro voador da Eve, empresa de mobilidade aérea urbana controlada pela Embraer. O financiamento totaliza cerca de 200 milhões de reais e será destinado às próximas etapas do projeto.

De acordo com o banco, os recursos apoiarão a fase de integração dos sistemas e motores elétricos, além dos ensaios necessários para o protótipo que será usado no processo de certificação do eVTOL, sigla para aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical. O montante virá do Fundo Clima, que entrará com 160 milhões de reais, e da linha Finem, responsável pelos outros 40 milhões de reais.

O BNDES destacou ainda que, desde 2022, o apoio financeiro à Eve já soma 1,2 bilhão de reais em diferentes etapas de desenvolvimento do eVTOL, incluindo a implantação da fábrica em Taubaté (SP), localizada a cerca de 130 km da capital. Em agosto deste ano, o banco também anunciou um investimento direto de aproximadamente 405 milhões de reais na empresa, dentro da estratégia de retomada das compras de participações acionárias.

Segundo o BNDES, o modelo em desenvolvimento terá capacidade para quatro passageiros mais o piloto, autonomia de aproximadamente 100 km e espaço para duas malas médias ou quatro bagagens de mão. A aeronave contará ainda com oito motores elétricos elevadores instalados nas asas, projetados para aumentar a segurança e estabilidade durante as operações verticais, e um motor adicional na parte traseira para o voo horizontal.

Em um comunicado, o CFO da Eve, Eduardo Couto, disse que o financiamento em parceria com o BNDES acelera uma etapa fundamental do projeto que é a integração do sistema de propulsão elétrica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende uma atuação fortalecida do banco, com medidas de apoio à indústria e a economia. Já analistas temem que políticas adotadas por governos petistas no passado retornem.