Black Friday e Natal dão novo impulso às varejistas na bolsa
Magazine Luiza, B2W e Amazon estão surfando no otimismo dos investidores que acreditam em uma corrida às compras no fim de ano
Enquanto diversos setores da economia tentam se recuperar dos impactos da crise da Covid-19, o comércio eletrônico continua disparando. A aproximação da Black Friday e do Natal, o evento que mais aquece o varejo, estão dando um novo impulso às ações das empresas que souberam surfar na nova forma de consumir, sem aglomerações e priorizando o isolamento social. Exemplo disso são as ações da Magazine Luiza, que antes da pandemia valiam entre 50 e 60 reais, e na terça-feira, 13, fecharam em 104 reais. A valorização é tão grande que nesta quarta-feira os ativos passarão por um split com o objetivo de baratear os ativos e, assim, aumentar a sua liquidez. Isso significa que quem tem uma ação de 104 reais passará a ter quatro de 26 reais. A expectativa de mais altas na empresa após o split continua e nos últimos três dias as ações da companhia se valorizaram 16,9%.
Esse fenômeno ocorre em outras empresas que são experts em comércio eletrônico, como é o caso da B2W, detentora dos sites Americanas, Submarino e Sou Barato. Na terça-feira, os ativos da companhia subiram 6,7%, para 95 reais. “Todo esse setor de e-commerce está bem aquecido. Com a aproximação da Black Friday, isso deu uma impulsionada no Nasdaq e nas empresas de tecnologia de modo geral.” Marcada para o dia 27 de novembro, a Black Friday desse ano tem expectativa de ser a mais digital da história e superior a do ano passado, de acordo com dados do Google que indicaram um aumento nas buscas.
Outro avião que está decolando enquanto muitos outros permanecem no hangar é a Amazon, que contratou mais de 175 mil pessoas neste ano para conseguir atender o aumento da demanda por comodidade e, principalmente, segurança sanitária. As ações da Amazon dispararam 85% na Nasdaq em 2020 e o valor de mercado da empresa subiu para aproximadamente 1,7 trilhão de dólares. A empresa participa da Black Friday, mas tem seu próprio evento de liquidação. Essa quarta-feira, dia 14, por exemplo, é o segundo dia da Amazon Prime Day, promoção para assinantes da plataforma que deu um impulso a mais nesse movimento: desde a quinta-feira, 8, as ações subiram 7,9%. No Brasil, é a primeira vez que a empresa realiza o evento.
A Nasdaq, por sua vez, a bolsa de tecnologia dos Estados Unidos que foi um fenômeno de altas durante a crise da Covid-19, continua em um novo ciclo de subida, lutando para bater o recorde do dia 2 de setembro, de 12.056,44 pontos, antes da queda que foi considerada por alguns especialistas como um estouro da bolha e por outros como uma correção de valores. Do dia 6 ao dia 12 de outubro, o índice cresceu 6,46%, mostrando certa resiliência à turbulência das eleições presidenciais dos Estados Unidos e às intempéries relacionadas à disseminação do novo coronavírus e à busca pela vacina. Os investidores estão apostando que haverá uma corrida dos consumidores pelas compras de fim de ano e com isso o comércio eletrônico deve ganhar novo fôlego.