Bezos deixa dia a dia da Amazon para ir em busca do sonho de morar na lua
Bezos diz em carta a funcionários que vai se dedicar à sua empresa aeroespacial Blue Origin, a seu fundo de mudança climática, à filantropia e ao jornalismo

Quando era um menino de 5 anos, Jeff Bezos ficou encantado com a partida da nave Apolo 11 rumo à lua e depois com os primeiros passos de Neil Armstrong em solo lunar. Ele mesmo conta que naquele dia virou um apaixonado por tudo o que envolvia o espaço. Espaçonaves, lua, estrelas, astronautas. Desde então, ele tem um sonho: conquistar o espaço. É um sonho tão sério que anualmente ele injeta 1 bilhão de dólares, que ganha com a Amazon, na Blue Origin, sua empresa aeroespacial. O objetivo é tornar as viagens espaciais tão baratas ao ponto que milhões de pessoas possam ir morar na lua ou em outros planetas. Nesta semana, Bezos anunciou a seus funcionários que vai deixar o comando do dia a dia da Amazon, a gigante do varejo, para se dedicar mais à Blue Origin. Além disso, ele também irá se ocupar com assuntos mais mundanos como: a mudança climática e seu Earth Fund; as famílias carentes e seu Day 1 Fund; o jornalismo e seu Washington Post.
Em uma carta enviada a seus funcionários na terça-feira, 2, Bezos disse que ele nunca teve mais energia do que agora e que está entusiasmado com o impacto que essas organizações, às quais ele agora vai se dedicar, podem ter. E ele também recomenda que todos os funcionários da Amazon continuem inventando e que “não se desesperem quando a princípio a ideia parecer maluca”.
Alguma coisa mais maluca do que a ideia de morar na lua? Ou de uma empresa cuja missão é “construir uma estrada para o espaço para que nossas crianças possam construir um futuro”? Seu sonho é tão sério que uma ex-namorada de Bezos chegou a dizer que ele só tinha a Amazon para ter dinheiro suficiente para conquistar o espaço. Ele nunca negou que era verdade. E a Amazon lhe deu muito dinheiro, de fato. A empresa que nasceu numa garagem para vender livros virou uma das maiores varejistas do mundo, se embrenhou no mundo do cinema com o streaming Prime Video e está na casa das pessoas com sua inteligência artificial batizada como Alexa. Hoje, vale mais de 1,7 trilhão de dólares, emprega 1,3 milhão de pessoas, é uma das empresas mais tecnológicas do mundo e tornou Bezos um dos homens mais ricos da Terra.
A Amazon é tão grande e lucrativa que já caminha sozinha, nos moldes do que também acontece com outras empresas de tecnologia trilionárias como a Apple, que cresceu ainda mais depois da morte de seu fundador, Steve Jobs. Agora a companhia de Bezos terá como CEO Andy Jassy, que está há duas décadas na empresa e até então comandava a Amazon Web Services, divisão de armazenamento e processamento de dados da companhia. Bezos sai do comando do dia a dia para ser presidente executivo, algo como presidente do Conselho de Administração.
Se a Amazon lhe serve para conquistar seus sonhos, o sonho de conquistar o espaço nunca esteve tão perto para Bezos. A Blue Origin fechou um contrato de mais de meio bilhão de dólares com a Nasa, em abril do ano passado, para desenvolver um módulo lunar que pretende mandar à lua em 2024. Em dezembro do ano passado, Bezos foi para o Instagram e mostrou a foto de um motor que ele disse que seria o primeiro a levar uma mulher à lua. Agora em janeiro, Bezos fez o primeiro teste de uma viagem com cápsula tripulada. Foi um sucesso. Em março deste ano, a Nasa deve escolher duas empresas para continuar construindo seus protótipos para uma viagem tripulada à lua. Entre os concorrentes está a SpaceX de Elon Musk, o homem que hoje rivaliza com Bezos no ranking dos homens mais ricos do mundo e que também quer conquistar o espaço.
Mas apesar de sua paixão pelas galáxias, os assuntos mundanos também devem ganhar especial atenção de Bezos, porque isso lhe dá prestígio e também acalma os corações de seus próprios acionistas e funcionários. O empresário já foi muito criticado pela forma como trata seus funcionários e então lançou um novo pagamento mínimo a eles. Com a eleição de Biden, chegou a propor que a Amazon ajudasse a distribuir as vacinas, desde que seus funcionários furassem a fila da vacinação. Há um ano, houve críticas quanto à forma como a Amazon trata o meio ambiente. Agora, Bezos tem o Earth Fund, um fundo de 10 bilhões de dólares para aplicar em projetos de defesa do meio ambiente. Como ele mesmo terminou a carta a seus funcionários: “Lembrem-se de questionar. Deixem a curiosidade ser sua bússola. Continua sendo o Dia 1”.
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