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BCE acompanha Fed e abre portas para corte de juros em setembro

Ata da última reunião destaca preocupações com o baixo ritmo de crescimento da zona do euro

Por Camila Barros 22 ago 2024, 10h06

Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) devem utilizar a reunião de setembro para reavaliar os rumos da política monetária na zona do euro, à medida que as preocupações sobre o crescimento aumentam, informou a ata da reunião de julho divulgada nesta quinta-feira, 22. “Essa reunião [de setembro] deve ser abordada com uma mente aberta”, escreveu o documento.

No entanto, o grupo pondera que as pressões inflacionárias continuam relativamente altas e reafirma que a trajetória de redução dos juros será cautelosa e dependerá de mais dados positivos.

No encontro de julho, o BCE decidiu manter inalteradas as três principais taxas de juros de referência: 3,75% para taxas de depósito, 4,25% para taxas de refinanciamento e 4,50% para taxas de empréstimo. Antes disso, na reunião de junho, o BCE iniciou seu ciclo de afrouxamento monetário reduzindo 0,25 ponto percentual (p.p.) de cada taxa, tornando-se um dos primeiros grandes bancos centrais a cortar os juros. A instituição deixou claro, no entanto, que não se comprometeria com uma trajetória constante de queda.

A ata de julho revela preocupações de que os juros nos patamares atuais estejam limitando excessivamente o crescimento econômico na zona do euro, e mostram maior confiança de que a inflação está no caminho certo para atingir a meta de 2%. Os dirigentes reconhecem, porém, que a inflação deve continuar acima da meta até 2025, e que a etapa final do processo de desinflação será mais desafiadora.

Eles destacam que o mercado de trabalho forte ainda é um obstáculo para a estabilização dos preços, mas apontam dados melhores em relação aos salários. O crescimento dos salários, métrica importante para antecipar futuras pressões inflacionárias, desacelerou bruscamente no segundo trimestre, quebrando uma sequência de rápido crescimento nos últimos meses. “Foi reconfortante ver que as pressões de custo domésticas decorrentes do alto crescimento salarial, inclusive no setor de serviços, estavam sendo cada vez mais amortecidas”, diz a ata.

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