BC indica que queda nos juros não virá tão cedo, apesar de melhora no cenário, segundo analistas
Autoridade monetária troca poucas palavras em comunicado que manteve a Selic em 15% ao ano
A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central em 15% ao ano era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Ainda assim, analistas leram com atenção o comunicado que a autoridade monetária emitiu na noite desta quarta-feira e sugerem duas conclusões. Os juros não devem cair tão cedo, com a aposta mais comum sendo de uma mudança no ciclo monetário apenas em março de 2026. O BC, de todo modo, utilizou uma linguagem um pouco mais “suave” ao divulgar a deliberação desta semana, indicando que o cenário econômico está um pouco mais benigno do que em setembro, quando o comunicado anterior veio a público.
“A barra para cortes em janeiro ficou um pouco mais alta, mas ainda há tempo até lá. Mantemos nossa projeção de início do ciclo em março”, escreveu a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal. A tendência de corte apenas em março também está nas projeções da Manchester Investimentos: “As apostas agora devem se concentrar em março”, diz o especialista Felipe Cima. A principal razão para isso é o Banco Central ter voltado a falar que “exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”. O mercado enfatiza a manutenção do “bastante” no comunicado deste mês de novembro.
A expectativa do mercado é que o BC não faça grandes alterações na sua comunicação por mais alguns meses. A autoridade monetária tem os olhos centrados na convergência do indicador com a meta, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. “O Banco Central deve se manter na postura hawk (dura) e sinalizar movimento somente quando a projeção de inflação para 2027 atingir o centro da meta”, escreve Felipe Tavares, economista-chefe da corretora BGC Liquidez. Essa projeção foi reduzida de 3,4% para 3,3%, como divulgado nesta quarta-feira. “É a única alteração relevante no comunicado”, avalia José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
Os diretores da autoridade monetária brasileira reconhecem que o cenário econômico do país é “um pouco mais benigno” do que o constatado em setembro, segundo o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung. “Trocaram a mensagem de ‘certa moderação’ da atividade para ‘trajetória de moderação’ e também reconhecem arrefecimento da inflação e medidas subjacentes”, diz. Nesse sentido, a autarquia aponta que os dados de inflação melhoraram, mas segue em cautela frente à pressão do mercado de trabalho aquecido. “Mantém essa estratégia agora para ganhar mais graus de liberdade no futuro, quando houver espaço para iniciar os cortes”. Sung também aposta em um corte de juros em março. O estrategista da ONE Wealth Management, Pedro Cutolo, concorda que a redução da Selic não deve vir ainda neste ano. “(O BC reiterou) a intenção de manter a taxa no nível atual por um período prolongado. Em nossa avaliação, uma mudança nessa postura seria necessária para permitir uma eventual flexibilização da política monetária na reunião de dezembro”, diz.
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