Por Cristina Canas
São Paulo – As cotações do dólar foram para baixo e para cima nesta terça-feira, estimuladas principalmente por expectativas quanto à rolagem de contratos de swap cambial que vencem no dia 1º de julho (58.500) e que já tinham influenciado os negócios no pregão da véspera. Mas tiveram grande importância, também, o comportamento contraditório dos mercados internacionais e movimentações técnicas.
No início do dia, a pressão de alta do dólar acompanhou o ambiente externo, onde os investidores têm cada vez mais motivos para desconfiar do sucesso da reunião de cúpula da União Europeia marcada para as próximas quinta e sexta-feira. Até os mais otimistas desanimaram nesta segunda-feira ao ouvir a premiê alemã, Angela Merkel, dizer que não haverá compartilhamento de dívida soberana na Europa “enquanto eu viver”.
Além disso, os investidores tiveram que digerir a decisão tomada na noite passada pela Moody’s, que rebaixou a classificação de risco de 28 bancos espanhóis. E os resultados dos leilões de títulos da Espanha e Itália, que mostraram a necessidade dos países em pagar juros mais altos para captar os montantes desejados.
Por aqui, começaram a surgir nas mesas de operações, comentários de que o BC não faria a rolagem integral do vencimento dos contratos de swap. E a moeda norte-americana bateu máximas até R$ 2,078 (0,58%). Acabando com os rumores, a autoridade monetária anunciou uma oferta de até 60 mil contratos de swap cambial, com dois vencimentos (1/8 e 3/9), equivalentes a até US$ 3 bilhões. O leilão foi marcado para quarta-feira.
“O BC anunciou o leilão e aliviou, mas as cotações cederam pouco. A rolagem só impediu uma alta maior”, disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, os mercados se mostraram menos temerosos. As bolsas operaram em alta, o que chegou a permitir um recuo do dólar ante outras moedas, mais percebido no período da tarde. Às 17h48 (horário de Brasília), o dólar index assinalava perda de 0,14% e o euro valia US$ 1,2497, depois de ter registrado mínima de US$ 1,2441. Ainda assim, a moeda única estava abaixo do nível no final da tarde de segunda-feira em Nova York, de US$ 1,2574.
Por aqui, o dólar à vista encerrou o pregão a R$ 2,074 (+0,39%), no balcão. Na BM&F, a cotação do pronto ficou em R$ 2,0715 (+0,05%). Às 17h50, o dólar julho estava cotado a R$ 2,078, com alta de 0,65%.