BC ainda não sabe como irá liberar dinheiro esquecido para herdeiros
Plataforma para sacar exige login em sistema de governo que utiliza reconhecimento facial; autoridade monetária estuda formas para saque de dependentes

O sistema de consultas aberto esta semana pelo Banco Central para verificar se há dinheiro esquecido em bancos tem um primeiro acesso simples, necessitando apenas de CPF ou CNPJ e a data de nascimento. Assim, herdeiros conseguem consultar se há valores a receber com o CPF do correntista morto. Porém, para a etapa seguinte, de visualização de valores e saques, a autoridade monetária ainda não sabe como fará para distribuir o dinheiro para viúvos e órfãos.
“O Banco Central divulgará, em breve, os procedimentos para consulta de Valores a Receber por terceiros legalmente autorizados”, respondeu o BC a VEJA. O acesso à fase de saques será liberado a partir de março, prazo em que o BC deve esclarecer as formas que procuradores, tutores, herdeiros, inventariantes ou responsáveis por menor não emancipado possam solicitar os recursos.
A plataforma de valores a receber, após a consulta simples, marca uma data e horário para que a pessoa volte no site e faça o resgate e vincula isso a um login do gov.br, o site de serviços do governo federal, em nome do titular da conta. A solicitação do dinheiro só pode ser mediante a contas que tenham nível prata e ouro, concedido pelo governo após reconhecimento facial e cruzamento com outras bases de dados, como o TSE e o Denatran.
Ao todo, o BC disponibiliza 8 bilhões de reais esquecidos em contas, que devem beneficiar 28 milhões de pessoas e empresas. Em março, 4 bilhões de reais poderão ser resgatados. A partir de maio, mais 4 bilhões de reais ficarão disponíveis para consulta e ressarcimento.