Barbosa diz que foco da política econômica é estimular o crescimento
Ministro da Fazenda afirmou ainda que as negociações com o Congresso para aprovar as medidas do ajuste fiscal devem ser melhores neste ano do que em 2015
A política econômica do Brasil está focada em melhorar a situação financeira do governo e ajudar a estimular o crescimento, afirmou o ministro da Economia, Nelson Barbosa, em reunião com repórteres nesta segunda-feira.
O ministro disse que pretende aumentar as receitas, controlar os gastos e que não espera ter que resgatar a Petrobras este ano. Os planos para levantar dinheiro vendendo participações em duas companhias estatais, a Caixa Seguridade e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), podem acontecer ainda em 2016 caso as condições de mercado melhorem, acrescentou.
Barbosa chegou ao cargo no mês passado, substituindo Joaquim Levy. Ele tem a desafiadora tarefa de ressuscitar a moribunda economia do Brasil, pondo fim a uma recessão severa sem precisar recorrer ao bolso do contribuinte, o que poderia aumentar o déficit fiscal e a inflação no país.
No ano passado, esforços do governo da presidente Dilma Rousseff encabeçados pelo ex-ministro Levy para encolher o déficit foram frustrados pelo impasse político em que vive o Congresso. Para Barbosa, o clima político este ano deve se mostrar melhor para a aprovação das medidas econômicas necessárias. “Nosso maior desafio é o fiscal. Todos (os políticos) entendem sua importância”, disse.
Uma situação fiscal mais confortável trará inúmeros benefícios para a economia do país, assegurou o ministro. Um déficit fiscal menor irá contribuir com os esforços contra a inflação, assim como ajudar a levar para baixo a taxa de juros. A medida também tornará o Brasil mais atrativo a investidores estrangeiros, disse.
O governo também examina outros métodos para ajudar na retomada do crescimento econômico, incluindo a possibilidade de orientar os bancos estatais a conceder mais empréstimos para pequenas empresas, construtoras, agricultores e outros setores. Barbosa afirmou que o plano, cujos detalhes devem ser anunciados ainda este mês, é usar recursos dos próprios bancos, sem a ajuda do Tesouro Nacional.
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(Com Estadão Conteúdo)