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Bancos concederam R$ 4,5 trilhões em crédito no primeiro ano de pandemia

Valor representa um crescimento de 6,3% em relação ao pré-crise; programas emergenciais e baixa taxa Selic diminuíram inadimplência e custo de crédito

Por Diego Gimenes
Atualizado em 4 Maio 2021, 05h17 - Publicado em 3 Maio 2021, 18h34

A escalada da pandemia do novo coronavírus tem consequências econômicas já conhecidas: queda na atividade econômica e desemprego. Para evitar grandes choques, a procura por crédito foi grande. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), foram concedidos 4,5 trilhões de reais em crédito pelos bancos entre março do ano passado e deste ano, uma média de 347 bilhões de reais mensais. Durante o período da crise, a procura de pessoas jurídicas por crédito subiu 12,1% ante período anterior. Empresários, porém, continuam a pedir auxílio para crédito, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que, na promessa do Ministério da Economia, deve ser reeditado nos próximos dias.

Segundo a Febraban, os bancos concederam 325,2 bilhões de reais em créditos para pequenas e médias empresas, seja em novos contratos ou renovações. No período, o setor renegociou 1,75 milhão de contratos desse segmento, num valor total de 105,1 bilhões de reais.

Apenas pelo Pronampe, foram realizadas 516,7 mil operações, com desembolsos de 37,5 bilhões. Embora a carência tenha sido prorrogada, os empresários pedem a renovação para 2021, já que, com a nova onda de Covid-19, muitas atividades tiveram restrições, apertando novamente o caixa das empresas. Na última quarta-feira, 28, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que o governo pretende relançar o Pronampe, seja via medida provisória ou votação de um PL na Câmara. A expectativa é de que o aporte chegue a 20 bilhões de reais no ano e o prazo final para o pagamento dos empréstimos seja prolongado.

Vale ressaltar que o custo de crédito também diminuiu no período, uma vez que os bancos estavam bem preparados para enfrentar a crise. Para se ter uma ideia, o estoque de crédito apresentou, em março de 2021, o maior patamar já registrado na história (4,1 trilhões de reais), uma expansão de 17,8% em relação aos índices de fevereiro de 2020. “O crédito bancário mostrou uma dinâmica muito positiva, não só com crescimento do estoque e elevado volume de concessões, mas também taxas de juros mais baixas e inadimplência saudável”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban.

Prova dessa tendência está na taxa de inadimplência, quando os atrasos ultrapassam 90 dias. O índice foi de 2,1% ao ano em dezembro de 2020 e se manteve praticamente inalterado até março (2,2%). No pré-crise, a Febraban diz que as taxas superavam a marca de 3%. Outro fator importante a ser levado em conta é a redução da taxa média de juros de 23% ao ano em fevereiro de 2020 para 20% em março de 2021. Tomar crédito no mercado foi mais atrativo durante a pandemia. O spread bancário — diferença entre os juros que o banco paga aos investidores e o que cobra quando empresta — também caiu de 18,5 pontos percentuais para 15,1 pontos percentuais.

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