Atividade econômica cai em outubro e tem terceiro mês seguido de recuo
IBC-Br, a 'prévia do PIB' medida pelo Banco Central caiu 0,4% no mês, acima da expectativa dos analistas
A atividade econômica do Brasil caiu 0,4% em outubro deste ano, segundo o IBC-Br, medido pelo Banco Central. O resultado, divulgado nesta quarta-feira, 15, é a terceira queda mensal consecutiva, indicando a desaceleração da economia brasileira. O recuo foi mais intenso que os 0,2% esperados na mediana dos analistas do mercado financeiro.
O IBC-Br avalia a evolução da atividade com informações sobre o nível de atividade dos setores de indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
A queda de outubro vem em linha com indicadores de atividades divulgados pelo IBGE no mês, com recuos na indústria, no comércio, e nos serviços — seguindo a mesma tendência registrada em setembro. Considerando a taxa trimestral, o recuo é de 0,94%. Os resultados negativos têm sido influenciados pela inflação – tanto em insumos quanto para o consumidor. Com a incerteza fiscal maior após as manobras do governo para financiar o programa Auxílio Brasil, a inflação pressiona ainda mais a economia devido à desvalorização cambial. A PEC dos Precatórios, artifício usado para as manobras, foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno na terça-feira, e deve ter a votação concluída nos próximos dias.
No acumulado dos últimos doze meses, o IBC-Br aponta crescimento de 4,19%, muito devido à margem de comparação, já que em 2020 a economia brasileira sentiu o choque inicial da pandemia de Covid-19.
Metodologia
Apresentado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos. O resultado do PIB do terceiro trimestre trouxe recuo de 0,1%, enquanto o IBC-Br do mesmo período caiu 0,14%. No segundo trimestre, entretanto, o PIB recuou 0,4% (depois de revisão), enquanto o IBC-Br registrou alta de 0,12% entre abril, maio e junho.