Governo reduz projeção de crescimento para 2025 e vê inflação mais alta

Ministério da Fazenda projeta aumento de 2,5% do PIB e IPCA em 4,7% até o fim do ano

Por Juliana Elias SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 13 fev 2025, 17h08 - Publicado em 13 fev 2025, 14h15

Consumidora na região do Sarra, no centro do Rio de Janeiro — Consumidora na região do Saara, no Centro do Rio (Tânia Rego/Agência Brasil)

O país deve assistir a um processo de desaceleração ao longo de 2025, enquanto continua convivendo com a inflação alta e acima da meta, de acordo com as projeções do Ministério da Fazenda para o ano, divulgadas nesta quinta-feira 13.

As estimativas da Fazenda são de que o PIB, que deve ter crescido na ordem de 3,5% em 2024, deve avançar 2,3%. Sua estimativa anterior para o ano, feita em novembro, era de que o crescimento seria de 2,5%. Já a inflação, que está atualmente em 4,5% de acordo com os resultados de janeiro do IPCA, deve seguir fora da meta e acelerar para 4,8% até dezembro, o que significaria o quarto ano dos últimos cinco em que a variação dos preços extrapola o teto da meta do país, que é atualmente de 3% com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

“A previsão (para o PIB) até novembro de 2024 era de crescimento de 2,5%, porém o aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025″, escreveu a Fazenda em seu relatório, que também destacou a tendência de desaceleração maior já indicada no quarto trimestre do ano passado. “Após a divulgação de indicadores coincidentes de novembro e dezembro, a previsão de crescimento para o quarto trimestre caiu de cerca de 0,7% para 0,4% na margem (4% na comparação interanual).” O IBGE divulgará o resultado fechado do PIB de 2024 em março.

As projeções estão bem mais otimistas do que o esperado pelos economistas e analistas do mercado financeiro, que calculam um crescimento menor e uma inflação maior para 2025. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com as expectativas de mercado, a projeção média atual para o crescimento do PIB é de 2% e para o IPCA é de uma alta de 5,58%.