As causas para o pedido de recuperação judicial da WeWork nos EUA
Empresa solicitou recuperação judicial na noite de segunda-feira, com dívidas estimadas em quase US$ 19 bilhões
Outrora maior locatária de escritórios em Manhattan, bairro mais povoado de Nova York, nos Estados Unidos, a empresa de escritórios compartilhados WeWork pediu recuperação judicial no fim da noite da segunda-feira, 6. A companhia, fundada em 2010, reportou dívidas de quase 19 bilhões de dólares no pedido pelo “Chapter 11” da Justiça americana. Com o pedido, a empresa pode manter suas operações e renegociar os prazos de pagamentos para suas dívidas.
A derrocada da empresa teria sido causada, sobretudo, pela pandemia de Covid-19, que gerou incertezas ao seu modelo de negócios, já que muitas empresas aderiram a um modelo de trabalho mais flexível, com a adoção do home office. Logo, a acentuada perda de clientes acabou afetando seus custos operacionais. Esse fenômeno, inclusive, também afligiu suas concorrentes, como a Knotel e as subsidiárias da IWG, que entraram com pedido de recuperação judicial em 2021 e 2020, respectivamente.
Fundada pelo empresário israelense-americano Adam Neumann, um dos principais “visionários” do Vale do Silício, a WeWork viveu um malsucedido processo de abertura de capital em 2019, quando enfrentou questionamentos sobre a viabilidade de seu modelo de negócios e sua governança corporativa.
Foi somente em 2021 que a companhia conseguiu ser listada na bolsa de valores de Nova York, a Nyse. Em março deste ano, a empresa assinou uma reestruturação extrajudicial que cortou cerca de 1,5 bilhão de reais em dívidas e estendeu outros vencimentos. Os reiterados problemas da companhia fizeram com que seus papéis perdessem 98,5% do valor entre janeiro e novembro deste ano.
Ainda não se sabe ao certo como o plano de recuperação da empresa afetará suas operações no Brasil e na América Latina. Pouco antes do pedido, Neumann afirmou em comunicado que acredita em uma reorganização da companhia: “com a estratégia e a equipe certas, uma reorganização permitirá que a WeWork emerja com sucesso.”