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Argentina eleva taxa de juros para 40% para conter desvalorização do peso

As medidas foram adotadas após o dramático enfraquecimento do peso argentino, que despencou 7,83% só na quinta-feira

Por Estadão Conteúdo e Reuters
4 Maio 2018, 13h27

A equipe econômica da Argentina anunciou hoje um conjunto de medidas para tentar conter a disparada do dólar em relação ao peso, incluindo a elevação dos juros de 27,25% para 40% ao ano e a redução da meta de déficit fiscal. Foi a terceira vez que o Banco Central argentino elevou a taxa de juros nas últimas semanas. A primeira intervenção, de três pontos, ocorreu na sexta-feira passada, e pegou os mercados de surpresa, uma vez que a reunião de política monetária havia sido encerrada dias antes e sem mudanças. Ontem, o BC agiu novamente, na mesma escala, mas o efeito no mercado cambial foi mínimo, levando a instituição a decidir por um aumento de 6,75 pontos porcentuais nesta manhã.

Os ministros Nicolás Dujovne (Fazenda) e Luis Caputo (Finanças) disseram ter segurança de que essas modificações manterão a Argentina na rota de crescimento. “Dependendo da duração desses juros altos, haverá um impacto no nível de atividade da economia, mas será menor do que se nós ficássemos de braços cruzados”, disse Dujovne.

As medidas foram adotadas após o dramático enfraquecimento do peso argentino, que despencou 7,83% só na quinta-feira, para 23 pesos por dólar. Após os anúncios desta sexta-feira, a moeda argentina se fortalecia para 21,95 pesos por dólar. No entanto, a moeda americana já volta a mostrar alguma recuperação. No comunicado sobre o aperto monetário, o BC reiterou que pode voltar a intervir, se necessário.

O banco disse em um comunicado que continuará usando todas as ferramentas à sua disposição em seus esforços para atingir a meta de inflação do país de 15% para este ano.

No conjunto de medidas anunciadas nesta sexta-feira, além da elevação de juros, o governo decidiu reduzir a meta de déficit fiscal para 2018 de 3,2% para 2,7%.

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O governo adotou políticas destinadas a estimular o crescimento econômico antes da esperada candidatura à reeleição do presidente Mauricio Macri para 2019. A percepção de pressão política sobre o banco para estimular a atividade econômica, mantendo a oferta de dinheiro em aberto colocava em dúvida sua disposição em elevar as taxas de juros.

As dúvidas evaporaram na tarde de quinta-feira. O peso argentino em queda apontou para uma falta de confiança dos investidores na terceira maior economia da América Latina, que é afetada por uma das maiores taxas de inflação do mundo, apesar das políticas de Macri favoráveis ​​aos investidores.

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