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Argentina anuncia imposto sobre exportações e corte de gastos

Com estas medidas, o governo busca eliminar o déficit primário fiscal de 2019 e mitigar a inflação alta e a recessão econômica

Por Reuters Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 3 set 2018, 14h40

A Argentina aplicará um novo imposto sobre as exportações e cortará os gastos para reduzir seu déficit fiscal, enquanto negocia um financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) depois da crise cambial que minou a confiança na terceira economia da América Latina.

Com estas medidas, o governo busca eliminar o déficit primário fiscal de 2019 e mitigar a inflação alta e a recessão que abalam o país, mas o mercado cambial respondeu negativamente aos anúncios com nova queda do peso.

“No ano de 2019… vamos convergir ao equilíbrio fiscal antes do pagamento de juros, isso implica em economizar 6 bilhões de dólares mais, que não necessitamos financiar nos mercados”, disse nesta segunda segunda-feira o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne.

Segundo Dujovne, o novo imposto, que não está claro se deverá ou não ser aprovado pelo Congresso, taxará até o fim de 2020 os embarques de produtos primários em 4 pesos por dólar e do resto das exportações em 3 pesos por dólar.

A expectativa é de que a medida, que recai principalmente sobre os embarques agrícolas e do setor de mineração, gere receitas equivalentes a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019.

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Com o dólar atualmente em 38 pesos, o imposto é quase de 10% do valor exportado, que no caso dos grãos de soja e seus derivados –dos quais a Argentina é um dos maiores exportadores mundiais– soma-se aos 18% já cobrados.

“Embora os exportadores com certeza se queixem, eles se beneficiarão igualmente da recente e profunda depreciação do peso”, disse o economista Federico Thomsen.

A Argentina busca superávit primário de 1% em 2020, segundo Dujovne, que viajará aos Estados Unidos para fechar novo acordo de financiamento com o FMI.

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Em junho, após as primeiras turbulências financeiras nos mercados locais, a Argentina fechou com o FMI uma linha de empréstimo de 50 bilhões de dólares, cujo desembolso agora o governo pretende acelerar para lidar com a crise.

Em um pronunciamento, o presidente Mauricio Macri assegurou que vai reduzir a menos da metade o número de ministérios de seu gabinete para reduzir o gasto público.

As pastas de Energia, Trabalho, Modernização, Agroindústria, Saúde, Turismo, Ambiente, Ciência e Cultura serão transformadas em secretarias de Estado, segundo comunicado oficial.

As medidas, no entanto, não trouxeram tranqüilidade ao mercado de câmbio. O peso aprofundou sua queda para 38,7 unidades por dólar, acumulando desvalorização de quase 50 por cento ao longo de 2018.

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