Arábia Saudita diz que restabelecerá produção de petróleo até o fim do mês
Preço da commodity tem queda de 6% após ministro de Energia saudita anunciar recuperação produtiva
A Arábia Saudita vai restabelecer sua produção de petróleo até o final de setembro, afirmou o ministro de Energia Abdulaziz Bin Salman nesta terça-feira, 17. Ataques a instalações do país no final de semana resultaram em perdas de 5,7 milhões de barris por dia (bpd), que serão recuperados ainda este mês. Após o anúncio, os preços do barril do tipo Brent caíram cerca de 6%.
O ministro disse que a produção de petróleo em outubro será de 9,89 milhões de bpd, e que a maior exportadora mundial da commodity manterá toda a oferta petrolífera a seus clientes neste mês. Salman asseverou que o reino atingirá capacidade de 11 milhões de bpd até o término de setembro e de 12 milhões de bpd até o desfecho de novembro.
“As ofertas de petróleo voltarão ao mercado da forma como estavam antes das 3h43 de sábado”, disse a repórteres em uma entrevista coletiva na cidade de Jedá, acrescentando que a petroleira Aramco “emergiu das cinzas como uma fênix” após o ataque. O ministro se referiu aos ataques ocorridos no sábado, 14, às unidades da Aramco em Abqaiq e Khurais, incluindo a maior instalação de processamento de petróleo do mundo, que interromperam metade da produção saudita, que equivale a 5% da produção global.
O presidente-executivo da Aramco, Amin Nasser, disse que a empresa, que está se preparando para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ainda está no processo de avaliação dos trabalhos de reparo, mas que eles “não são tão significativos”, considerando o tamanho da companhia. A Aramco controlou dez incêndios nas sete horas que sucederam o “enorme” ataque, disse o CEO na mesma coletiva de imprensa. Nasser comunicou que a petroleira está no processo de retomar o refino de petróleo à capacidade total e que há derivados suficientes para abastecer os mercados locais.
“As notícias mais recentes significam que nós não teremos de nos apressar para revisar nossa estimativa de preço, de 60 dólares por barril ao final de 2019. Dito isso, ainda há algumas questões importantes a serem respondidas sobre os ataques, o que pode significar que teremos de considerar um prêmio por riscos permanentemente elevado em nossas projeções”, declarou Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics, em nota.
O ministro Abdulaziz bin Salman disse ainda não saber quem promoveu os ataques ou por que, mas acrescentou que a Arábia Saudita manterá seu papel de fornecedora segura dos mercados mundiais. O ministro ainda advertiu que medidas rígidas são necessárias para prevenir novos ataques, mas não discorreu sobre quais providências seriam tomadas nesse sentido. O Ministério das Relações Exteriores saudita afirmou que investigações preliminares indicaram que armas iranianas foram utilizadas no ataque.
(Com Reuters)