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Após disparar mais de 500%, games devem continuar ganhando espaço em 2021

Analistas apostam que o mercado de jogos online continuará promissor mesmo após a vacina

Por Luisa Purchio Atualizado em 12 jan 2021, 01h35 - Publicado em 11 jan 2021, 17h49

Quando os primeiros jogos de videogame do mundo surgiram, em 1972, eles eram praticamente uma versão de jogos tradicionais em versão digital: ao invés de serem jogados no tabuleiro ou em uma mesa de futebol de botão, por exemplo, se passavam na televisão. Quase 50 anos depois, com o avanço das tecnologias e da internet, eles se tornaram muito mais do que isso. Além de os controles e consoles serem cada vez mais sofisticados, os videogames já são o principal ponto de encontro online entre amigos, principalmente no momento em que não se pode sair de casa para encontros ao vivo. Em 2020 os números do mercado de game explodiram com a pandemia, com empresas desenvolvedoras crescendo mais de 500%, mas a expectativa é que mesmo com a vacina a busca por esta forma de lazer continuará crescendo muito. E, como tem um efeito dominó sobre diversos outros setores, deve impulsionar outras empresas como as de telefonia móvel e de semicondutores.

De acordo com dados da NewZoo e do Morgan Stanley Research compilados pela corretora de valores Avenue, para 2021, a expectativa é que o setor movimentará 180,1 bilhões de dólares. “Apesar de não ser um setor tão visto pelos investidores quanto varejo e commodities, ele cresce muito e está se expandindo mais rápido que a indústria de música e cinema juntos”, diz Breno Bonani, estrategista da Avenue. Um levantamento feito pela plataforma Economatica mostra que a empresa do setor que mais gerou retorno nos últimos 12 meses foi a sul coreana Gravity, a 536,12% e um volume médio negociado nos últimos três meses de 10,9 milhões de dólares. Já a segunda na lista é a Sea, com 423,51% de retorno nos últimos 12 meses, seguida pela Bilibili, que cresceu 396,94% no período.

Outra tendência para o setor é o ramo de mobilidade. Cerca de 10 anos atrás a grande febre dos games eram os jogos de consoles e de computador, com respectivamente 45% e 37% do mercado, e os jogos em aparelhos móveis possuíam apenas 18% de participação de mercado. Em 2020, no entanto, os jogos de consoles caíram para 22% e os de computador para 19%, enquanto os para mobiles e smartphones ocuparam 59% do mercado. “Nos últimos anos, a área de mobile cresceu de forma absurda e foi o pilar para o setor continuar crescendo de forma intensa. A expectativa é que em 2021 esse segmento atinja 60% do mercado”, diz Bonani.

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Com a vacina e a mudança de chave no consumo, a tendência é que a euforia pelos eletrônicos durante a pandemia desacelerará, mas o mercado deve continuar em crescimento no longo prazo. Porém, como não poderia deixar de ser, há riscos que podem influenciar negativamente no crescimento do mercado. “O principal deles é a forte concorrência, são empresas que dependem de outras empresas que são suas concorrentes para lançar jogos. Além disso, as companhias precisam estar totalmente de acordo com a regulamentação do país onde o jogo será lançado”, diz Bonani. Ele afirma que é mais vantajoso para o investidor brasileiro comprar ações no mercado americano do que no Brasil, porque enquanto lá são mais de 15 empresas de games listadas, por aqui só é possível adquirir seus papeis por meio de BDRs.

Liberados para pequenos investidores apenas no ano passado, o Brasil possui apenas quatro tipos de BDRs de empresas de jogos. Vale lembrar que a sua rentabilidade leva em consideração a variação do preço das ações no exterior somadas com a variação da cotação do dólar para o real, podendo este ser um fator que levará a mais ou a menos ganhos.

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