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Após circuit breaker, bolsa digere pandemia e fecha em queda de 7,6%

Preocupações sobre os rumos da economia com o avanço da doença desanimaram os investidores e derrubaram o mercado brasileiro

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 mar 2020, 17h50 - Publicado em 11 mar 2020, 17h22

A nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que passou a classificar a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) como pandemia, derrubou o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, em 7,64% nesta quarta-feira, 11, em dia que o circuit breaker foi acionado pela segunda vez na semana. Com isso, o indicador terminou a semana aos 85.171 pontos, menor patamar para o índice desde dezembro de 2018.  O dólar comercial fechou em alta de 1,76%, cotado a 4,72 reais, próximo do recorde nominal de 4,725 reais batido na segunda-feira.

Os ganhos da véspera, de quando o índice subiu 7% foram perdidos. Foi a segunda vez na semana em que o mecanismo de paralisação do pregão brasileiro foi utilizado devido a preocupação de investidores com as consequências financeiras do novo coronavírus. A parada do mercado foi acionada às 15h14. Na volta, a bolsa caía mais de 12%. A recuperação no fim do pregão ocorreu porque há expectativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar medidas para conter danos a economia devido ao avanço da doença.

No Brasil, há 52 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Em todo mundo, o total de infectados passa da casa dos 120 mil e há 4,3 mil mortes por consequência da doença provocada pelo novo coronavírus.

“Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva.

Mesmo com a mudança de patamar que declara o avanço da doença como global, a própria OMS disse que a mudança da nomenclatura para  pandemia é apenas simbólica, já que não altera as ações de saúde da organização, que já estavam no núvel mais alto após a declaração do surto como emergência global de saúde pública, em janeiro.  Porém, a mudança de nomenclatura acelera a aversão a risco no mercado financeiro, conforme destaca o diretor geral da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer. “A espiral de risco atingida com a pandemia é muito prejudicial e está ficando cada vez mais forte. O mundo está vivendo uma tempestade perfeita”.

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A notícia também desanimou mercados no mundo todo. Na tarde desta quarta, os índices americanos caiam na casa de 5%. O Dow Jones chegou a cair 6% por volta das 17h (horário de Brasília).

Por aqui, a preocupação com o impacto econômico da pandemia fez com que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviasse uma mensagem ao Congresso pedindo aos presidentes da Câmara e do Senado que acelerem a análise de projetos com medidas econômicas. No ofício, o ministro lista 19 textos que estão parados no Congresso, entre eles o da PEC Emergencial, que deve ser prioridade como remédio à crise de confiança instalada hoje no país.

A pressão nos índices acionários também tem a pressão do petróleo. Mais cedo, a Arábia Saudita afirmou que planeja expandir ainda mais a capacidade de produção, impactando no preço da commodity, que caia 5% nesta quarta, com o barril vendido a 36 dólares.

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